Guangdong continua a registar novos casos

por Filipa Rodrigues
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Com 121 novos infetados e 22 assintomáticos registados até 8 de junho, a pandemia parece persistir em Guangdong. As autoridades de saúde do continente organizaram testes a toda a população em diferentes cidades da província. Até à meia-noite de dia 7 de junho, na cidade com o maior número casos confirmados, Guangzhou, foram recolhidos 27,98 milhões de amostras e registados 40 casos positivos. As principais cidades atingidas por esta nova escalada do vírus da Covid-19 são atualmente Guangzhou, Shenzhen, Foshan, Zhanjiang e Maoming.

Para sair da província é necessário um teste negativo feito nas últimas 48 horas

No atual surto, Guangzhou apresenta mais de 100 casos confirmados. O Departamento de Controlo e Prevenção Epidémica da cidade emitiu um comunicado no passado domingo (dia 6), onde incentiva a população a não sair da província, exceto em casos extremamente necessários, sendo que todos que o queiram fazer têm obrigatoriamente de mostrar um teste de ácido nucleico negativo, realizado até 48 horas antes.

O comunicado exige ainda que todos aqueles que tenham visitado zonas de risco no espaço de 14 dias se mantenham em isolamento e monitorização, partilhando com as autoridades locais o respetivo estado clínico e últimos lugares que frequentaram. A informação partilhada deve ser verdadeira, sendo a ocultação de informação ou partilha de relatórios falsos punível por lei.

Atualmente existem duas zonas de alto risco no distrito de Liwan, da cidade de Guangzhou e 13 zonas de médio risco em Guangzhou, Foshan e Zhanyang.

O porquê do alto número de infeções nas zonas confinadas

De acordo com os dados atualmente disponíveis, entre 21 de maio e 8 de junho, foram registados mais de 50 novos casos apenas na rua Baihedong, e cerca de 30 na rua Zhongnan, duas das zonas da cidade com o maior número de ocorrências. Desde o confinamento da zona, no dia 3 de junho, foram registados 30 novos casos apenas na rua Baihedong. Atualmente existem 38 áreas da cidade de Guangzhou encerradas e sob monitorização, estando todos os residentes da cidade obrigados a ficar em casa, caso sejam descobertos novos casos. 

Mas porque continuam a surgir infetados nas zonas sob monitorização? Wang Shenyong, membro da equipa de especialistas da Covid-19, esclarece que a situação resulta de a cadeia de transmissão do vírus ainda não ter sido completamente detetada.

“Os novos casos registados na região fechada, na realidade não se tratam de novas infeções, mas sim de ocorrências detetadas apenas depois da entrada em vigor do confinamento, provando a eficácia desta medida juntamente com o rastreamento repetido”, diz.

Acrescenta que entre os atuais casos, o período de incubação do vírus varia entre 2 a 4 dias, chegando a 14 e 21 dias em situações mais extremas. Infetados com um longo período de incubação podem até receber resultados negativos em 2 a 3 testes de ácido nucleico. Casos com um período de incubação mais curto podem infetar outros durante esses dias, criando duas a três cadeias de transmissão e por isso é necessário mais tempo até todas estas infeções serem registadas. “Algumas pessoas questionam a eficácia do confinamento, visto que continuam a surgir novos casos. Acham que quantas mais regras são impostas, mais infeções são registadas. Estão enganadas”, salienta Wang Shenyong, que partilha que nas zonas confinadas e supervisionadas o risco de transmissão é extremamente baixo. Na eventualidade de novas infeções acontecerem depois da aplicação do confinamento, normalmente estão dentro do mesmo agregado familiar.

Equipa de controlo e prevenção epidémica visita Foshan e Shenzhen

Mais recentemente, a divisão de Guangdong do Grupo de Controlo e Prevenção do Conselho de Estado tem estado envolvida nos trabalhos de prevenção epidémica em Guangzhou, tendo também visitado Foshan e Shenzhen, organizando inspeções a regiões supervisionadas e a certos centros médicos para auxiliar as autoridades locais a aplicarem as devidas medidas de emergência.

Lei Haichao, diretor deste grupo e vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, visitou a comunidade Huafu Yushui’na, assim como os residentes alojados no Hotel Yunqi, ambos no distrito de Nanhai, para analisar e auxiliar no processo de confinamento e administração destas áreas controladas. Em Shenzhen, o grupo visitou o Hospital nº3, para ajudar a analisar os métodos de diagnóstico, tratamento, prevenção e controlo de pacientes. Nesta última cidade, locais como o Terminal Internacional de Contentores Yantian, Zona Cénica de Donghai e o Hotel Otique Aqua foram definidos como pontos centrais para controlar grupos de risco e aplicar as medidas de confinamento locais. O vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde pôs em marcha um plano específico que inclui controlo de fluxos de pessoas, inspeção e administração rigorosa de várias comunidades, testagem faseada e alargada, capaz de detetar grandes números de casos positivos, medidas de prevenção e controlo durante o período de exames de entrada na universidade e oferta de serviços essenciais à comunidade.

Macau: 52.º caso é variante britânica, prevenção reforçada

Macau registou esta semana o 52.º caso confirmado de Covid-19, num jovem local estudante em Taiwan. Trata-se de mais um caso importado e a sequenciação genética do vírus confirmou que o paciente está infetado com a variante britânica do vírus (Alfa).

O jovem de Macau, de 21 anos, estuda na Universidade da Cultura Chinesa em Taiwan. O paciente negou ter tido algum teste positivo à Covid-19 e disse não ter sido vacinado. Entrou em Macau no passado dia 30 e o resultado do teste do ácido nucleico deu positivo esta quarta-feira (dia 9). A situação clínica do jovem é considerada normal e encontra-se no Hospital Conde S. Januário para realizar novos exames. Não apresenta febre, tosse ou dispneia.

De acordo com as autoridades locais, tendo em conta as atuais mudanças na pandemia de Covid-19 em Taiwan, a partir de ontem, dia 11, todas as pessoas que estiveram em Taiwan nos 21 dias anteriores à entrada em Macau vão ter de fazer um período adicional de sete dias de autoavaliação para observação médica, a partir dos 21 dias originais. No final desse período terão de se submeter a um teste de ácido nucleico ao 27º dia e se o resultado for negativo, o código de saúde será convertido para a cor verde.

Macau reforça as medidas de prevenção de epidemias

Macau reforçou esta semana as medidas anti pandemia devido à situação, designadamente na vizinha província de Guangdong.

Por exemplo, entrada nos restaurantes é feita mediante a apresentação “Código de Saúde de Macau” e o mesmo só terá validade se apresentar a cor verde. Quem apresentar códigos de cor vermelha ou amarela não será autorizado a entrar nos estabelecimentos. Quem for portador de códigos com estas duas cores fica também impedido de utilizar transportes públicos, incluindo autocarros, táxis e metro ligeiro. As entidades locais esclareceram que os condutores de autocarros e táxis têm o direito de verificar o “Código de Saúde” dos passageiros, assim como recusar-se a transportar quem apresente códigos vermelho e amarelo. As autoridades declararam ainda que estão a habilitar os condutores a controlar o código de saúde dos passageiros, não especificando, contudo, se todos têm de ser controlados, por razões operacionalidade do sistema de transportes. Admitiram que será difícil para um condutor de autocarro verificar o código de saúde de cada um dos passageiros, mas reforçaram que o motorista tem autoridade para o fazer, se assim o entender.

Além disso, as pessoas que viajam de e para Guangdong e Macau devem ter um teste de ácido nucleico negativo válido nas 48 horas anteriores.

Acerca da possibilidade de vir a ser imposta a realização de um teste de ácido nucleico a toda a população do território, as autoridades assinalaram que esse cenário ainda se encontra em fase preparatória. As autoridades vão continuar acompanhar a situação em toda a província de Guangdong. Adiantaram que, se for necessário, serão reforçadas as medidas de prevenção, assim como restrições, não especificadas, devido à pandemia.

Finalmente, anunciaram a redução de 90 para 80 patacas, já a partir de hoje, sexta-feira, da taxa a pagar pelos testes de ácido nucleico (só o primeiro é gratuito) nos espaços designados para esse efeito no Pac On e no Fórum de Macau.

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