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Escassez de táxis preocupa

Che Sai Wang, Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (atfpm)

Face à forte recuperação da indústria turística, a chegada de visitantes tem vindo a aumentar e, consequentemente, também a procura de transportes tem vindo a crescer. Contudo, continua a haver um problema de acesso aos táxis em Macau. Em julho de 2023, havia um total de 1.593 táxis, incluindo 1.293 comuns e 300 radiotáxis; 20 por cento menos do que os mais de 1.900 que circulavam antes da pandemia. Entretanto, algumas licenças vão expirar durante este ano; incluindo mais de 400 táxis licenciados à oito anos. Entre elas, cerca de 100 licenças devem expirar num futuro próximo; sabendo-se que esta redução, já prevista, deve agravar seriamente a pressão sobre o acesso aos transportes, e o trânsito em Macau.

Para corresponder à procura por parte dos turistas, bem como por parte dos residentes, a Administração emitiu 500 licenças adicionais de táxi, com duração de oito anos, para compensar a atual escassez. Medida, essa, que pode, até certo ponto, aliviar o problema e aumentar as oportunidades de emprego. Essa circunstância é aliás benéfica para a estabilidade da economia social e o sustento dos residentes. No entanto, as 500 licenças adicionais estão ainda em fase de processamento, pelo que não podem ser imediatamente colocadas em uso, de forma a servirem o público e os turistas.

Este ano, as antigas licenças de táxi serão retiradas, uma a uma, sendo que os 500 táxis adicionais não poderão estar ao serviço a tempo de colmatar todas essas falhas. Situação que não só dificulta o acesso aos táxis, por parte dos residentes, como também expõe o problema da insuficiência de transportes nas zonas turísticas de Macau. Embora seja verdade que a emissão das 500 licenças pretende aliviar a escassez de oferta, resolvendo necessidades detetadas quer nas zonas turísticas, quer em bairros antigos quer em zonas residenciais, não se deve ignorar o problema da escassez de táxis nem a experiência de deterioração do sistema de transportes na cidade.

Desse modo, sugiro que a Administração considere a hipótese de adiar o período em que se expiram algumas licenças de táxi, a fim de compensar a redução da capacidade durante este período de transição. Por outro lado, isso poderia também compensar o fraco volume de negócios que o setor enfrentou durante a pandemia, simultaneamente reduzindo a onda de desemprego que o fim das licenças implica.

Alternativamente, poderiam ser fornecidos mais serviços de autocarros, nos pontos turísticos mais necessários. Alguns deles poderiam mesmo viajar, especificamente, entre os pontos de atração turística, e com maior frequência. O tempo de viagem dos turistas seria reduzido, e a experiência do utilizador, visitante ou residente, poderia ser melhorada. Só analisando de forma abrangente a capacidade dos transportes, as autoridades poderão lidar com a procura crescente, e promover o desenvolvimento geral da cidade, aumentando a competitividade e a força económica de Macau relativamente às regiões vizinhas.

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau

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