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Crédito malparado duplica

A qualidade dos ativos dos bancos enfraqueceu, com maior taxa de créditos não produtivos, de acordo com a Revisão da Estabilidade Monetária e Financeira, publicada pelo Departamento de Investigação e Estatística da Autoridade Monetária de Macau

澳門日報

No final de maio de 2024, o total de crédito malparado aumentou; de 23.1 mil milhões de patacas, desde o ano passado, para 48.5 mil milhões. O que eleva a taxa de empréstimos com má performance (NPL, na sigla inglesa) para 4,4%. Em particular, as taxas para os setores residente – e não residente – aumentaram 3,4 e 5,3 por cento, respetivamente.

Em 2023, a margem de juro, ou o chamado rendimento líquido dos juros, caiu 10,9 por cento em relação a 2022, tendo o rendimento não relacionado com juros aumentado 7,6 por cento. O rendimento bruto; ou seja, a soma destes dois itens, registou uma diminuição anual de 6 por cento. Como a margem de juro diminuiu mais aceleradamente do que o rendimento bruto, a rácio da margem de juros para o rendimento bruto caiu 3,8 pontos percentuais, para 70 por cento. No primeiro trimestre de 2024, a margem de juros e o rendimento não relacionado com juros encolheram em relação ao período homólogo: 23,7 e 19,2 por cento, respetivamente. O rendimento bruto caiu 22,1 por cento; logo, o rácio da margem de juro para o rendimento bruto diminuiu 1,3 pontos – para 64,2 por cento.

Em 2023, o rendimento das operações de crédito subiu 68 por cento, em termos homólogos, para 98.1 mil milhões de patacas; e o custo das operações de crédito disparou 115,9 por cento, para 78,4 mil milhões. Como resultado, a margem de juro diminuiu 10,9 por cento, em termos anuais, para 19.6 mil milhões. No primeiro trimestre de 2024, a margem de juro encolheu mais 23,7 por cento, para 3.9 mil milhões; uma vez que o aumento dos custos de financiamento continuou a superar o do rendimento.

Em 2023, a margem de juro, ou o chamado rendimento líquido dos juros, caiu 10,9 por cento em relação a 2022, tendo o rendimento não relacionado com juros aumentado 7,6 por cento

Face ao aumento proveniente de taxas e comissões, bem como de investimentos em títulos, o rendimento não relacionado com juros, em 2023, subiu 7,6 por cento, em termos homólogos, para 8.4 mil milhões. Entretanto, as despesas não relacionadas com juros registaram um crescimento relativamente suave, na ordem dos 2,8 por cento, para 11.3 mil milhões patacas. Como as despesas não relacionadas com juros aumentaram, tendo o rendimento bruto diminuído, o rácio das despesas não relacionadas com juros para o rendimento bruto aumentou 3,5 pontos percentuais, para 40,3 por cento. No primeiro trimestre de 2024, o rendimento não relacionado com juros caiu 19,2 por cento em termos homólogos, para 2.2 mil milhões patacas, devido a menores rendimentos provenientes de taxas e comissões, bem como dos investimentos em títulos. Simultaneamente, as despesas não relacionadas com juros caíram 3,8 por cento, para 2.7 mil milhões, dada a queda generalizada nos custos com pessoal – e outros itens. Como as despesas não relacionadas com juros diminuíram a um ritmo mais lento que as do rendimento bruto, o rácio das despesas não relacionadas com juros para o rendimento bruto subiu 8,6 pontos percentuais, para 45,3 por cento.

A rentabilidade do setor bancário sofreu com o contexto de taxas de juro elevadas. Em 2023, os lucros operacionais caíram 61,4 por cento, em termos homólogos – 5.1 mil milhões – devido à queda do rendimento e ao aumento dos custos operacionais. Nos primeiros cinco meses de 2024, a rentabilidade dos bancos registou uma redução de 32,2 por cento, para 4.4 mil milhões patacas, sobretudo por força da margem de juro mais estreita. Para todo o ano de 2023, o retorno sobre os ativos (ROA) – medida da eficiência dos bancos na utilização dos seus ativos – caiu 0,3 pontos percentuais relativamente ao ano anterior, para 0,2 por cento. Entretanto, o retorno sobre o capital próprio (ROE) caiu 6,7 pontos percentuais, para 3,9 por cento, com lucro líquido após impostos mais baixo e capital mais elevado. No primeiro trimestre de 2024, o ROA anualizado caiu 0,2 pontos percentuais, em termos homólogos, para 0,4 por cento; e o ROE anualizado diminuiu 5 pontos, para 6,9%.

Perante um contexto de custos de empréstimos relativamente elevados, a procura de crédito bancário manteve-se fraca durante o período em análise. No final de maio de 2024, o total de empréstimos a clientes encolheu 8,5 por cento, em termos homólogos, para 1.104,6 mil milhões de patacas. Os empréstimos concedidos a residentes – e não residente – registaram quedas anuais de 4,1, e 12,4 por cento, respetivamente.

Artigo publicado no âmbito da parceria com o Macau Daily News

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