Palau cita veto de entrada em Macau como exemplo de crescente pressão da China

O Presidente de Palau, Surangel Whipps, citou ontem a proibição de entrada de uma delegação do país em Macau como exemplo da crescente pressão da China sobre uma das poucas nações do Pacífico que mantém relações com Taiwan.

por Nelson Moura

Em entrevista ao jornal japonês Nikkei, Surangel Whipps citou um caso ocorrido em maio, quando uma delegação de Palau viu recusados os vistos de entrada em Macau para participar numa conferência internacional de agentes de viagens. As autoridades justificaram a decisão devido às relações diplomáticas de Palau com Taiwan.

“Nunca vimos isto antes”, afirmou. “No que diz respeito aos laços económicos e a tudo isso, nunca houve qualquer problema no passado, mas isto é uma espécie de novo nível quando se trata de turismo ou de tentar impedir oportunidades”, relatou.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território e não uma entidade política soberana.

O Presidente de Palau referiu também um ciberataque realizado este mês contra os serviços fronteiriços e aduaneiros do seu país, que se suspeita ter tido origem em Pequim, como outro exemplo de retaliação chinesa.

Surangel Whipps fez declarações ao jornal japonês à margem da sua participação na Reunião de Líderes das Ilhas do Pacífico (PALM10), que arrancou hoje em Tóquio e na qual participam 18 líderes de nações desta região.

Para além das suas relações diplomáticas com Taiwan, Palau tem um acordo de parceria de segurança com os Estados Unidos, que fornece assistência económica e de defesa em troca do acesso das suas tropas ao território do país insular.

utro ciberataque recente, este mês, contra o sistema nacional de alfândegas tinha como objetivo impedir a chegada de turistas estrangeiros a Palau, acrescentou.

No mês passado, o governo de Palau alegou ter sido alvo de um ciberataque em grande escala que resultou no roubo de milhares de documentos oficiais, um incidente que, segundo Whipps, foi atribuído por especialistas à China.

Outro ciberataque recente, este mês, contra o sistema nacional de alfândegas tinha como objetivo impedir a chegada de turistas estrangeiros a Palau, acrescentou. Este ataque foi repelido porque Palau reforçou recentemente a sua segurança cibernética com a ajuda de vários países, incluindo a Austrália e o Japão, explicou.

Whipps disse que, embora não pudesse “confirmar totalmente” que o ataque informático estava ligado à China, “tudo indica que sim”. A cimeira dos líderes do Pacífico abordará desafios comuns, incluindo a libertação no mar de água tratada da central nuclear de Fukushima, propensa a acidentes, e a crescente influência da China na região.

Plataforma com Lusa

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