Hamas retira-se das conversações após ataque israelita

O Hamas anunciou hoje a sua retirada das negociações para um cessar-fogo em Gaza, um dia após o ataque israelita que visou o chefe militar do movimento e provocou a morte de um comandante de brigada, segundo Israel.

por Gonçalo Lopes

Um alto responsável do Hamas anunciou hoje que o chefe militar e ‘número dois’ do movimento islamita, Mohammed Deif, está vivo, está “bem” e “está a supervisionar diretamente as operações”.

Um outro responsável do Hamas comunicou à AFP a decisão do movimento de se retirar das negociações indiretas para um cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza, conduzidas através de países mediadores, Qatar, Egito, Estados Unidos, denunciando os “massacres” israelitas “de civis não armados”.

O Hamas “está, no entanto, preparado para retomar as negociações”, quando Israel “mostrar seriedade para concluir um acordo de cessar-fogo” e uma troca de prisioneiros palestinianos por reféns mantidos em Gaza desde o ataque do Hamas a território israelita, no dia 7 de outubro.

Os ataques israelitas de sábado causaram 92 mortos no campo de deslocados de al-Mawasi, perto de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, segundo um balanço do Hamas.

Segundo a Defesa Civil, também foram registados 20 mortos no campo de refugiados de al-Chati, na cidade de Gaza, norte. As vítimas são essencialmente mulheres e crianças, de acordo com estas fontes.

Por outro lado, Israel indicou que teve como alvo dois altos dirigentes do Hamas no ataque a Khan Younis, Mohammed Deif e Rafa Salama, respetivamente chefe do braço armado do Hamas e comandante da brigada de Khan Younis, apresentados como “dois mentores do massacre de 7 de outubro”.

Rafa Salama foi morto no ataque, anunciou hoje o exército israelita, que disse ser “um dos cúmplices próximos de Mohammed Deif”.

O conflito armado em Gaza foi desencadeado após o ataque do Hamas de 7 de outubro, que fez cerca de 1.200 mortos. Mais de 250 pessoas foram levadas como reféns para Gaza.

Israel retaliou com uma campanha militar de grande escala em Gaza, que fez até agora mais de 38 mil mortos, de acordo com o balanço das autoridades do Hamas.

O Ministério da Saúde de Gaza anunciou hoje que pelo menos 141 pessoas foram mortas em 24 horas, um dos balanços mais pesados das últimas semanas.

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