Recuperação dos visitantes lusófonos atrasa-se face aos restantes

O turismo de Macau recuperou mais de 80% do volume pré-pandémico até maio, com os mercados estrangeiros a 67% do número registado em 2019. Visitantes de Portugal e Brasil estão ligeiramente abaixo da média estrangeira

por Gonçalo Lopes

Os primeiros cinco meses de 2024 revelam um crescimento considerável do turismo em Macau. Em comparação com o ano passado, há uma variação positiva de 50,2%. Os visitantes do Interior da China cresceram 62%, de Hong Kong 4,6% e de Taiwan 144%. No seu conjunto, estes três mercados representaram mais de 13.1 milhões de visitantes, ou seja, 93% do total. No ano passado, representavam 94,8% da estrutura turística de Macau, o que revela algum progresso, ainda que mínimo, na tentativa da indústria de reduzir a sua dependência do mercado da Grande China. Mesmo assim, ainda não foi possível atingir os 91,4% registados no ano pré-pandémico. Em 2019, os turistas destes três mercados ultrapassaram os 15.7 milhões nos primeiros cinco meses do ano, o que significa que a recuperação destes visitantes oriundos está nos 84%. Na totalidade, Macau recuperou 82,5% do volume turístico pré pandémico.

Mercados estrangeiros

Os mercados estrangeiros também cresceram substancialmente, passando de 354 mil visitantes para mais de 977 mil num ano – uma variação positiva de 176%. De todos os mercados discriminados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), apenas o Vietname registou uma queda (-17,7%). De resto, todos aumentaram, sendo a África do Sul o que menos cresceu (59%) e a Coreia do Sul o que mais cresceu (531%). Este país passou de 31.8 mil para 201 mil turistas no espaço de um ano. Não obstante, os turistas sul-coreanos ultrapassavam os 389 mil nos primeiros cinco meses de 2019.

Face ao ano pré-pandémico, observou-se uma recuperação de cerca de 67% do volume turístico. Os mercados estrangeiros com maior peso na estrutura foram a Coreia do Sul (201.011), Filipinas (186.328), Indonésia (73.377), Malásia (72.875), Tailândia (65.628) e os Estados Unidos (56.282). Curiosamente, as Filipinas e a Indonésia foram os únicos mercados a aumentar face a 2019, com variações positivas de 2% e 1%, respetivamente.

Lusofonia aquém

No universo lusófono, a recuperação encontra-se abaixo da média. Pese o enorme crescimento face ano passado (251%) – de 3.238 para 8.135 -, em comparação com 2019 a recuperação é de apenas 65%, estando ligeiramente atrás da recuperação observada nos mercados estrangeiros. Apenas Portugal e Brasil são identificados pela DSEC, sendo que do primeiro chegaram 3.903 visitantes, e do segundo cerca de 4.232. Nos 27 países enlistados pela autoridade local, Brasil e Portugal ocupam o 22.º e 23.º lugar, respetivamente, apenas acima da Espanha (2.956), África do Sul (1.645), Suíça (1.699) e Vietname (678).

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