Vendas a retalho diminuem Marcas de luxo suspendem contratações

De acordo com o estudo elaborado por uma empresa de recursos humanos, o facto de a descida das taxas de juro nos Estados Unidos não ter correspondido às expectativas, e face a nova desvalorização do iene japonês, muitas pessoas optam por comprar bens de luxo no Japão, enfraquecendo a competitividade do retalho em Macau. Além disso, na sua maioria, os atuais visitantes de Macau comportam-se como “forças especiais”, movimentando-se rapidamente de um lado para outro, sem tempo para compras. Já os residentes tendem a consumir mais no Continente; o que leva ao declínio na procura, interna e externa, no comércio local.

por Gonçalo Lopes

Consequentemente, muitas marcas de retalho de luxo suspenderam temporariamente as contratações. Mesmo que planeiem abrir novas lojas, o número de contratações será mínimo. Por exemplo, uma marca de relógios que pretende abrir uma loja em Macau apenas disponibiliza dois ou três empregos com salários entre 12.000 a 13.000 patacas. O fluxo dos empregos pós-pandemia concentra-se sobretudo no jogo e na hotelaria; e a procura no mercado de trabalho excede a procura. Apenas algumas empresas de engenharia e de seguros continuam ativamente a recrutar.

Embora a Duty Free Shop (DFS) tenha exigido que os seus empregados ativassem licenças sem vencimento, a empresa de recursos humanos acredita ser pouco provável que essa tendência se estenda a todo o setor do retalho. Porque o modelo operacional do grupo, e a sua dimensão, implica um custo laboral mais significativo que noutros casos. Razão pela qual as licenças sem vencimento aliviam a pressão. Entretanto, os trabalhadores da indústria do jogo começam a perceber que o sector não é adequado a mudanças de emprego. A expectativa é que a realização de concertos em Macau crie oportunidades de emprego temporário para jovens.

Confiança e satisfação dos trabalhadores

O Instituto para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau publicou um inquérito sobre os níveis de confiança e satisfação dos trabalhadores. Numa escala até 5, este ano o índice de confiança dos trabalhadores foi de 3,04; e o de satisfação atingiu 3,23. Ambos melhoraram, recuperando os níveis de 2019; o que reflete a resiliência e a normalização da sociedade e da economia de Macau. Comparando com o inquérito de março de 2023, o índice global de confiança aumentou 4,37%.

Desde a recuperação económica, no ano passado, os trabalhadores locais demonstram maior confiança no mercado de trabalho, nas perspetivas sobre a sua empresa, e nas oportunidades de desenvolvimento pessoal. Neste campo, são três os indicadores de confiança que mais subiram: 12,21% na possibilidade de não perder o emprego, no prazo de um ano; 11,44% em ser reconhecido pelos seus superiores; e 8,88% na oportunidade de melhorar conhecimentos e competências.

O índice global de satisfação dos trabalhadores registou uma subida de 7,94%. Nos sub-índices de satisfação, o maior aumento registou-se na segurança de emprego, tendo a satisfação salarial também subido. Neste caso, são três os indicadores que mais subiram: 13,7% na Saúde; 13,43% na vida familiar; e 10,77% na satisfação com o salário. Os índices de satisfação com o impacto do trabalho nas interações sociais, a carga de trabalho, e os horários, mantêm-se relativamente inalterados.

Este inquérito foi realizado entre 9 e 24 de abril deste ano, tendo sido entrevistados 806 trabalhadores a tempo inteiro em Macau.

Artigo publicado no âmbito da parceria com o Macau Daily News

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