Julian Assange: médico português que lhe fez perícia espera ter contribuído para a sua libertação

A detenção de 12 anos vai deixar sequelas no fundador da Wikileaks, considera o especialista forense

por Gonçalo Lopes

Em 2019, a pedido do relator das Nações Unidas para a tortura, o especialista forense Duarte Nuno Vieira e um colega espanhol, especialista em psiquiatria forense, fizeram a avaliação física e psíquica de Julian Assange, que estava na prisão. A intenção era ajudar a obter a sua libertação e impedir a extradição para os Estados Unidos.

Quando a perícia foi realizada, Julian Assange já estava detido há sete anos. O médico lembra que Assange já tinha atravessado um “longo caminho” durante os “múltiplos anos em que esteve encerrado num espaço físico de uma embaixada e, mais tarde, limitado apenas a uma única sala até sem acesso a instalações sanitárias”. Depois também durante o período em que esteve detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres. Foi nesta prisão, local onde ficou durante 5 anos até esta terça-feira, que o médico português, considerado um dos maiores especialistas forenses mundiais, avaliou o fundador da Wikileaks.

No entanto, a perícia dos especialistas português e espanhol foi sendo rebatida durante dois anos consecutivos pelos norte-americanos. “As nossas experiências e os nossos relatórios foram, pois, por diversas vezes rebatidos por peritos, nomeadamente dos Estados Unidos”, revela à TSF, e dos dois lados esgrimiram-se argumentos. Duarte Nuno Vieira acrescenta que “fica satisfeito por saber que a perícia poderá ter tido algum peso” na decisão agora tomada.

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