A gasolina está intimamente relacionada com a vida das pessoas, através da logística, transporte, e deslocação dos residentes. No entanto, nos últimos anos, devido a fatores geopolíticos e aos custos de importação, o preço do combustível em Macau tem aumentado ano após ano; um fardo para residentes e motoristas. Como apenas a gasolina sem chumbo 98 é vendida em Macau, e a maioria dos veículos pode utilizar gasolina 95 – preço mais baixo – esperamos que o Governo coordene com as petrolíferas formas de introduzir novos produtos, o mais rapidamente possível; respondendo também à tendência de crescimento dos veículos elétricos. Este objetivo poderia atingir-se com a construção de mais estações de carregamento e comutação, com troca de baterias, minimizando o impacto do elevado preço dos combustíveis.
Os preços dos combustíveis derivados do petróleo em Macau são elevados, sendo relativamente mais baratos no Continente, onde a gasolina 95 está disponível. Por isso muitos motoristas optam por ir abastecer os seus veículos do outro lado da fronteira. Face à mudança nos padrões de consumo, o volume de importação da gasolina sem chumbo, nos primeiros quatro meses deste ano, chegou aos 22 milhões de litros; menos 30 por cento face ao mesmo período de 2019, antes da pandemia; e menos 36 por cento face ao período homólogo. O que reflete, em certa medida, a diminuição da procura da gasolina sem chumbo 98.
A comunidade tem desde sempre exigido a introdução no mercado da gasolina 95, manifestando particular preocupação com o planeamento de novos postos de abastecimento de gasolina na Zona A. O Governo já revelou que está a considerar exigir às companhias do setor a introdução de novos produtos petrolíferos. Contudo, como a importação de produtos petrolíferos envolve o transporte por navio, camiões, e oleodutos, não há margem para grandes ajustamentos de preços, ainda mais havendo apenas um posto de abastecimento de gasolina na Zona A com a capacidade de fornecer a gasolina 95.
Sugere-se que o Governo coordene ativamente a introdução da gasolina 95 nos postos de abastecimento existentes e designe novos locais para a instalação de novos postos, não só de gasolina 95, mas também de carregamento elétrico, de modo a reduzir os preços do petróleo por meio de uma série de medidas, incluindo custos logísticos.
O “Plano de Promoção de Veículos Elétricos em Macau”, formulado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), menciona o objetivo de conseguir que veículos ligeiros e motociclos elétricos, com emissões zero de carbono, representem 100 por cento dos novos veículos registados, até 2035. No primeiro trimestre deste ano, cerca de 3,085 veículos foram matriculados, entre os quais cerca de 30 por cento – 960 veículos – são elétricos. Para atingir as metas propostas serão necessárias infraestruturas abrangentes de carregamento e comutação, além de subsídios governamentais.
Tendo em conta as dificuldades na instalação de postos de carregamento elétrico, sobretudo em edifícios já construídos – devido a fatores como hardware, propriedade e custos – o Governo tem de disponibilizar espaços de carregamento em parques públicos e na rua.
Face à tendência de rápido crescimento de veículos elétricos, há necessidade de construir progressivamente uma rede de carregamento e troca mais conveniente que, a longo prazo, cubra toda a cidade, satisfazendo as necessidades dos condutores, e incentivando a compra destes veículos.
Concluindo, sugere-se que o Governo considere a criação de um mecanismo de coordenação para permitir que empresas do setor de veículos elétricos cooperem com as autoridades e organizações não governamentais de modo a melhorar continuamente a rede de carregamentos na RAEM.
Federação das Associações dos Operários de Macau (faom)
