Recentemente, o Ministro da Educação de Portugal Fernando Alexandre revelou que o Governo pediu uma auditoria às contas das escolas portuguesas no estrangeiro como “forma de esclarecer a gestão financeira e administrativa”
Num comunicado pleno de referências a alguns dos supostos novos professores contratados pelo atual diretor da EPM Acácio de Brito, o porta-voz da secção do PSD Macau António Sousa de Bessa Almeida, afirma que “é necessário esclarecer se Bernardo Silva (Aveiro), contratado recentemente, foi colega de curso do atual cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão (Coimbra), e se Maria Conceição Fernandes (Coimbra) já era amiga pessoal de Alexandre Leitão”.
Bessa Almeida descreve também uma suposta docente não-residente contratada, Cláudia Sofia Pais Tavares, como uma “amiga pessoal” de Brito.
O PPD/PSD levantou ainda a questão sobre a presença de Patrícia Ribeiro, presidente do Instituto Português do Oriente, na Fundação Escola Portuguesa de Macau. “É inédito em 25 anos de história da fundação ou da escola a presença de representantes afetos ao Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong”, sublinhou o porta-voz.
O partido solicitou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo da República Portuguesa, sob a tutela do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Professor Doutor Nuno Sampaio, que realize uma auditoria ao Instituto Português do Oriente desde 2015. O objetivo é tornar público e transparente o escrutínio de várias alegações, incluindo a possível influência de João Laurentino Neves na nomeação de Patrícia Ribeiro.
“Queremos saber se a proximidade da Figueira da Foz, terra natal de Patrícia Ribeiro, a Coimbra coincide com o berço de origem das autoridades em posto ou do lobby do Partido Socialista de Coimbra em Macau”, questionou Bessa Almeida.
O PSD Macau considerou que o Governo da República Portuguesa “não tem condições políticas para manter Patrícia Ribeiro enquanto representante do Governo Português na Fundação Escola Portuguesa de Macau”
Outra preocupação levantada pelo PPD/PSD é a nomeação de um presidente do Instituto Português do Oriente durante a pandemia, que, alegadamente, recebia salário em Lisboa sem nunca ter entrado em Macau.
O perfil para Presidente do Instituto Português do Oriente deve incluir um “quadro com profundo conhecimento técnico e especializado no ensino da Língua Portuguesa para estrangeiros e na promoção cultural portuguesa na Ásia”, defendeu a secção do PPD/PSD.
Ainda, o PPD/PSD criticou Patrícia Ribeiro por um comentário considerado xenófobo durante uma sessão de homenagem.
“Foi imperdoável a atual presidente do Instituto Português do Oriente e vice-cônsul, ao agradecer a um contribuinte pelos esforços de promoção ‘do país que não o seu’, o que é uma consideração iminentemente xenófoba ou racista”, disse Bessa Almeida. “Repudiamos qualquer situação de discriminação racial, xenofobia, ou tratamento desigual entre portugueses”, acrescentou.
O comunicado conclui que o Governo da República Portuguesa “não tem condições políticas para manter Patrícia Ribeiro enquanto representante do Governo Português na Fundação Escola Portuguesa de Macau” e que ela “deve ser exonerada do Instituto Português do Oriente”.
Num comunicado recente, a secção de Macau do Partido Social Democrata havia já pedido a demissão do cônsul de Portugal por alegadamente “promover um assalto com membros e simpatizantes do Partido Socialista (PS) à Fundação Escola Portuguesa de Macau”.
