China deixar de apoiar Rússia terá forte impacto na guerra na Ucrânia – EUA

A embaixadora dos Estados Unidos na NATO defendeu ontem que se a China deixar de apoiar a Rússia no conflito na Ucrânia tal teria um impacto “muito significativo” na capacidade de Moscovo para levar a cabo a agressão.

por Nelson Moura

“Se a China decidisse parar, acreditamos que teria um impacto muito significativo na capacidade da Rússia para conduzir a guerra no terreno dentro da Ucrânia”, observou Julianne Smith numa conferência de imprensa antes de uma reunião dos ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que decorre quinta e sexta-feira em Bruxelas.

Smith acusou Pequim de “tentar frequentemente apresentar-se como uma parte neutra” no que diz respeito à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. No entanto, o Governo dos Estados Unidos e outros países da NATO “não acreditam que a China esteja em posição de afirmar que é neutra neste momento” nesse conflito.

“Dizemos isto devido ao grande número de componentes de dupla utilização (civis e militares) que estão a passar da República Popular da China para a Rússia e que basicamente apoiam esta guerra que está a decorrer dentro da Ucrânia”, disse.

A diplomata norte-americana mencionou “o número de ferramentas mecânicas microeletrónica, tecnologia de apoio às aeronaves não tripuladas [‘drones’]”.“A China escolheu um lado. A China escolheu apoiar a Rússia fornecendo estes componentes de dupla utilização”, disse.

Smith falou ainda sobre a eleição do sucessor do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, cujo mandato termina a 01 de outubro.

A diplomata disse estar “absolutamente confiante” de que os aliados da NATO conseguirão chegar a um acordo sobre o sucessor de Stoltenberg até à cimeira dos líderes da Aliança Atlântica, que decorrerá em Washington, de 09 a 11 de julho.

“Chegámos a um ponto em que estamos a assistir a uma dinâmica crescente nesta questão específica e, por isso, estou muito confiante de que teremos um anúncio a fazer quando chegarmos à cimeira de julho, daqui a poucas semanas”, afirmou.

A decisão deve ser tomada por consenso de todos os países membros da NATO, pelo que não pode haver nenhum que se oponha à escolha do candidato. O grande favorito para substituir Stoltenberg é o primeiro-ministro neerlandês em exercício, Mark Rutte, que tem o apoio de 29 dos 32 países membros da NATO, segundo fontes da Aliança Atlântica.

O Presidente romeno, Klaus Iohannis tem atualmente o apoio do seu próprio país e da Hungria, enquanto a Eslováquia ainda não indicou qual dos dois candidatos apoia, segundo as mesmas fontes.

Plataforma com Lusa

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