Celebrações do 10 de junho: Cerimónia aberta ao público deixou pessoas sem convite à porta por mais de uma hora

Vários membros da comunidade portuguesa foram impedidos de entrar na residência oficial do Cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong numa cerimónia anunciada como “aberta ao público”, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas

por Gonçalo Lopes

Em Macau, as cerimónias oficiais no dia 10 de junho incluíram o hastear da bandeira no Consulado, a romagem à Gruta de Camões e, mais tarde, a receção à comunidade portuguesa, na Residência Oficial da Bela Vista – residência do Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

Acontece que a receção à comunidade portuguesa, entre as 18h30 e 20h00, não foi tão aberta ao público como se anunciara. Passava mais de uma hora depois das 18h30, e as pessoas sem convite continuavam à porta da residência, à espera que lhes fosse permitida a entrada. Em defesa, os seguranças e funcionários do Consulado disseram que só podiam entrar depois do Chefe do Executivo de Macau, presente na cerimónia, sair da residência – algo que só aconteceu por volta das 19h35.

O descontentamento com a situação foi evidente, com vários membros da comunidade a abandonar o local antes que as portas abrissem ao resto do público. “Quando chegámos, foi-nos dito que havia prioridade para aqueles com convite e para aguardarmos um pouco. Mais tarde, depois de todos os convidados terem entrado, perguntámos porque é que ainda não podíamos entrar. Aí é que nos foi dito que só podíamos depois de o Chefe do Executivo de Macau sair da residência”, disse ao nosso jornal uma das pessoas que aguardava fora da residência do Cônsul.

“Muitas pessoas acabaram por ir embora, visto que não conseguiram entrar às 18h30. É inaceitável”, disse outro residente português que, embora com convite, saiu para manifestar o seu desagrado com a situação. “Não podem dizer que é aberto ao público e depois não deixam as pessoas entrar”.

O descontentamento também foi claro nas redes sociais, com vários internautas a expor a situação. “Vergonhoso”, começava assim um dos comentários num grupo de Facebook. “Os portugueses residentes, depois de serem convidados pelo Cônsul, foram impedidos de entrar na receção do Dia de Portugal”. O mesmo internauta lamenta que uns tenham entrado e outros não, acrescentando que tinha sido “convidado pessoalmente” pelo Cônsul, e que foi impedido de entrar “pelo próprio”.

Quem esteve na receção, explica que para entrar na residência no início da cerimónia era necessário apresentar um convite impresso, enviado em nome do Cônsul-Geral de Portugal, Alexandre Leitão. No convite, alertava-se para o facto de este ser “pessoal e intransmissível”, bem como a necessidade de o apresentar à entrada.

“A recepção do 10 de Junho volta ao seu lugar natural e, como sempre, independentemente do envio de convites, que já está a ser feito, é também aberta a todos os portugueses, desde que tenham documento de identidade portuguesa”, afirmou o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, durante a conferência de apresentação do mês de Portugal. “Todos são bem-vindos, sem qualquer outra formalidade”, acrescentou na conferência de imprensa de apresentação do programa.

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