Internacionalização é “ferramenta poderosa” para estudantes

A importância da cooperação entre universidades foi destacada no debate Internacionalização de Macau: Redes Universitárias, a 29 de maio, no âmbito do Plataforma Talks. Agnes Lam, diretora do Centro de Estudos da Universidade de Macau (UM), e Priscilla Roberts, professora associada na Universidade de São José, discutiram sobre as redes académicas das universidades locais, e como a internacionalização das mesmas pode beneficiar o desenvolvimento da RAEM

por Gonçalo Lopes
Nelson Moura

As redes e canais de comunicação com outras universidades foram consideradas como ferramentas cruciais para ampliar as perspetivas dos estudantes e melhorar a qualidade da sua educação. Na perspetiva de ambas as académicas, o contacto com outras instituições de ensino superior apoiam a internacionalização das universidades, ao mesmo tempo que preparam os alunos para um mercado laboral que, por vezes, exige capacidade de entendimento entre culturas.

Priscilla Roberts explicou que a intenção da Universidade da Ásia Oriental, a primeira universidade local e antecessora da UM, estabelecida em 1981, era precisamente a internacionalização do sistema de ensino local. “Na altura, ponderaram colocar internacional no nome, mas depois acharam que não fazia sentido, porque uma universidade tinha de ser internacional.”

Agnes Lam sublinhou que o corpo docente da UM – diversificado e internacional – enriquece as experiências educacionais dos estudantes. “Receber educação de professores de diferentes países é uma boa maneira para os estudantes compreenderem várias culturas”, disse.

Lam recordou a sua própria experiência na Universidade de Macau, onde se deparou pela primeira vez com a obra do reconhecido William Shakespeare. “Vi estudantes universitários a representarem ‘Romeu e Julieta’ e isso abriu-me os olhos para diferentes culturas. Foi então que percebi o potencial da vida universitária para proporcionar experiências culturais únicas”, contou.

Segundo a professora, a UM tem sido proativa na organização de atividades culturais e na promoção de eventos liderados por estudantes, que ajudam a integrar perspetivas internacionais no ambiente académico local. Além disso, projetos de investigação colaborativos envolvendo várias universidades têm dado aos estudantes exposição a estilos académicos diversos e ferramentas tecnológicas avançadas. “Esta cooperação ajuda-nos a ser mais habilidosos e abre novas oportunidades de aprendizagem”, explicou Lam.

Priscilla Roberts, professora associada na Universidade de São José, destacou os esforços da da instituição para promover conexões internacionais. Roberts mencionou como exemplo o concurso de empreendedorismo 929 Challenge, que reúne estudantes do Brasil, Macau e outros Países de Língua Portuguesa, para trabalhar em projetos de empreendedorismo e de sustentabilidade. “Estas colaborações oferecem aos estudantes uma experiência inestimável em trabalho de equipa internacional e gestão de projetos”, afirmou.

Para a académica, esta competição tornou-se um evento significativo em Macau, demonstrando os benefícios da cooperação internacional no ensino superior. “Esses eventos são frequentemente impulsionados por alguns indivíduos dedicados, e proporcionam uma grande exposição internacional e experiência para os estudantes”, descreveu.

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