Fortalecer a capacidade do Governo para lidar com mudanças climáticas

por Gonçalo Lopes
Che Sai Wang,Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (atfpm)

Devido ao impacto combinado do aquecimento global e do El Niño, os fenómenos meteorológicos extremos tornaram-se mais frequentes em todo o mundo, com a perda de vidas e os danos económicos também a aumentar. Recentemente, ocorreram em simultâneo vários desastres meteorológicos em Guangdong, incluindo tornados que resultaram em mortes, feridos e danos a inúmeras fábricas. Noutros lugares, houve grandes tempestades de granizo e chuvas intensas. Os eventos climáticos extremos têm varrido o globo, representando uma grande ameaça para a vida e segurança humana.

Estes fenómenos caracterizam-se, normalmente, por serem pouco frequentes, mas de alta intensidade e com grande impacto social. No entanto, com o aquecimento global, estão a tornar-se uma ocorrência regular. Quer se trate de uma crise climática, ecológica, desastre natural ou pandemia, a interligação destes eventos vai muitas vezes além da nossa imaginação.

Recentemente, Macau passou por três tipos de desastres, nomeadamente tufões, incêndios e pandemias. No entanto, devido à interconexão do sistema climático global, Macau enfrentará mais desafios decorrentes de desastres naturais, como a subida do nível do mar e super tufões. Para minimizar o impacto destes eventos, as autoridades têm promovido ativamente a prevenção e mitigação de desastres, bem como a educação, nos últimos anos. Contudo, a ocorrência de desastres naturais extremos no futuro é altamente incerta, e conceitos simplistas de prevenção podem dificultar medidas adequadas de evasão de riscos por parte do público, perdendo assim oportunidades valiosas para se proteger.

Por outro lado, as perdas económicas vão aumentar, pressionando ainda mais os trabalhos de proteção civil.

O clima extremo pode ocorrer aleatoriamente, mas isso não significa que não possamos fazer nada a este respeito. Para proteger vidas, propriedades e minimizar os danos, o Governo deve enfrentar proativamente estas possibilidades. Por um lado, deve emitir sinais de alarme apropriados, formular estratégias científicas para lidar com potenciais riscos e fazer preparativos com antecedência. Deve também fortalecer a preparação, cooperação e coordenação dos vários departamentos, para aumentar a capacidade de enfrentar estes acontecimentos, e permitir que o público retome as suas vidas o mais rapidamente possível. Além de promover métodos de proteção pessoal, as autoridades devem também reforçar a definição de outros conceitos de evasão de riscos. Um exemplo é a incorporação no ensino escolar de medidas de proteção em caso de desastres naturais, para cultivar a consciência dos alunos sobre prevenção.

Alternativamente, pode ser criado um centro de educação sobre prevenção de desastres, para aumentar a capacidade da população de se proteger, de uma maneira divertida e educativa. Ao mesmo tempo, o Governo pode estudar o que se faz em outras regiões, e produzir e melhorar o manual de prevenção de desastres, para fornecer orientações exemplares ao público. Isto permitiria que os residentes tenham conhecimentos relevantes de prevenção em qualquer momento e em qualquer lugar, mediante vários meios, incluindo páginas web, redes sociais e aplicações.

Perante desastres extremos, só poderemos enfrentar os desafios de qualquer crise com tranquilidade se nos focarmos na segurança e resiliência de Macau.

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (atfpm)

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