China diz que cercou Taiwan para testar tomada de poder da ilha

A China disse hoje que as manobras militares em curso, nas quais navios e aviões estão a cercar Taiwan, têm como objetivo testar a capacidade para “tomar o poder” na ilha.

por Nelson Moura

Os exercícios de dois dias, que começaram na manhã de quinta-feira, visam testar a “capacidade de tomar o poder e realizar ataques conjuntos, bem como controlar territórios chave”, disse o porta-voz do teatro de operações oriental do Exército chinês, Li Xi.

Na quinta-feira, o exército disse que as manobras estão a decorrer “no Estreito de Taiwan, a norte, sul e leste da ilha de Taiwan, bem como nas zonas em torno das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin”, que se situam na proximidade imediata da costa oriental chinesa.

Li Xi descreveu então os exercícios como uma “punição severa para os atos separatistas das forças da ‘independência de Taiwan’ e uma advertência severa contra a interferência e provocação de forças externas”.

O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan disse na quinta-feira que enviou “forças marítimas, aéreas e terrestres em resposta (…) para defender a liberdade, a democracia e a soberania” da ilha e garantiu que “todos os oficiais e soldados do exército nacional estão preparados para a guerra”.

As manobras começaram três dias após o discurso de tomada de posse do novo Presidente de Taiwan, William Lai Ching-te, no qual defendeu que Pequim tem de “enfrentar a realidade da existência da República da China”, o nome oficial de Taiwan.

O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.

Li Xi descreveu os exercícios como uma “punição severa para os atos separatistas das forças da ‘independência de Taiwan’ e uma advertência severa contra a interferência e provocação de forças externas”.

William Lai garantiu na quinta-feira que o território vai “defender os valores da liberdade e da democracia”. “Estarei na linha da frente com os nossos irmãos e irmãs do Exército para defendermos juntos a segurança nacional”, afirmou Lai, durante um evento realizado numa base militar.

“Face aos desafios e ameaças externas, continuaremos a defender os valores da liberdade e da democracia e a preservar a paz e a estabilidade na região”, acrescentou.

A União Europeia (UE) rejeitou na quinta-feira qualquer alteração pela força da situação no Estreito de Taiwan e manifestou a sua oposição a ações unilaterais com esse objetivo, numa referência aos exercícios militares da China na região.

Também o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou na quinta-feira à contenção no Estreito de Taiwan e pediu às várias partes para se “absterem de qualquer ação que possa agravar as tensões”.

Plataforma com Lusa

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