China impõe sanções a empresas dos EUA que vendem armas a Taiwan

A China impôs novas sanções contra três empresas dos EUA que vendem armas a Taiwan, avançou hoje a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, no dia em que o novo líder da ilha, William Lai Ching-te, tomou posse.

por Nelson Moura

As empresas General Atomics Aeronautical Systems, General Dynamics Land Systems e Boeing Defense, Space & Security foram colocadas na lista de “entidades não confiáveis”, informou a agência, citando o Ministério do Comércio chinês.

As empresas “serão proibidas de qualquer atividade de importação-exportação ligada à China e de qualquer novo investimento na China”, de acordo com a Xinhua. “Os principais executivos destas empresas estão proibidos de entrar na China e as suas autorizações de trabalho serão revogadas”, acrescentou a agência.

O anúncio surgiu no dia em que William Lai assumiu o cargo de líder de Taiwan, substituindo Tsai Ing-wen (2016-2024) e iniciando oficialmente um mandato no qual procurará preservar a autonomia da ilha em relação à China continental.

Lai, de 64 anos, tomou posse ao lado da vice-presidente, Hsiao Bi-khim, durante uma cerimónia realizada no Palácio Presidencial de Taiwan, na capital, Taipé.

O até agora vice-presidente da ilha pronunciou algumas palavras diante de um busto do fundador da República da China (nome oficial de Taiwan), Sun Yat-sen, e deixou o Palácio Presidencial acompanhado de Tsai, para cumprimentar os milhares de pessoas que esperavam na praça.

Lai assinou mais tarde os decretos que nomeiam o primeiro-ministro Cho Jung-tai, o secretário-geral da Presidência Pan Men-an e o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Joseph Wu Jaushieh.

Lai, de 64 anos, tomou posse ao lado da vice-presidente, Hsiao Bi-khim, durante uma cerimónia realizada no Palácio Presidencial de Taiwan, na capital, Taipé. (Photo by Sam YEH / AFP)

Após a tomada de posse dos restantes ministros e dirigentes governamentais, Lai recebeu saudações dos convidados internacionais, incluindo das 12 nações que mantêm relações diplomáticas oficiais com Taiwan, bem como de políticos dos EUA, do Japão e de vários estados europeus. O novo chefe de Governo irá sair novamente para a praça situada em frente ao Palácio Presidencial para proferir o discurso de posse.

Um total de seis aviões militares chineses foram detetados em torno de Taiwan nas últimas 24 horas, disse hoje o Ministério da Defesa Nacional taiwanês, alguns dos quais passaram a menos de 80 quilómetros da cidade de Keelung, no norte da ilha, onde está localizada uma base militar.

Desde as eleições de janeiro, que venceu com 40 por cento dos votos, o novo Presidente de Taiwan demonstrou em diversas ocasiões abertura para o diálogo com a China sem “condições políticas prévias”, reiterando, no entanto, que Taiwan é um país soberano, cujo futuro deve ser decidido pelos seus habitantes.

Pequim defende que qualquer contacto oficial com Taipei deve ser realizado com base no “consenso de 1992” e no “princípio de Uma Só China”, que define o Partido Comunista Chinês como o único representante legítimo da China no mundo.

Plataforma com Lusa

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