Reforçar o apoio à reabilitação de pacientes de AVC

por Gonçalo Lopes
Leong Sun Iok, Federação das Associações dos Operários de Macau

Nos últimos anos, devido a vários fatores como mudanças nos hábitos alimentares e horários irregulares de trabalho e descanso, o acidente vascular cerebral (AVC) tornou-se uma doença crónica que requer atenção urgente. Com a exploração ativa pelos serviços e profissionais de saúde, foram alcançados bons resultados no tratamento de emergência do AVC, e o trabalho relevante merece reconhecimento.

No entanto, os pacientes que sofrem um AVC têm um longo caminho de recuperação, sendo os primeiros seis meses um período crucial, que exige coordenação e apoio de vários setores. Portanto, deve ser dada especial atenção ao sistema de reabilitação local e aos serviços de apoio social para melhorar o apoio e eficácia na recuperação dos pacientes.

Um AVC causa perda temporária ou permanente de funções corporais e é a principal causa de incapacidade em adultos. É particularmente importante aproveitar o período de reabilitação. Isso não só melhorará a capacidade de auto-cuidado do paciente, mas também reduz o fardo dos cuidadores e até dos serviços sociais. Segundo o relatório de trabalho da Comissão de Prevenção e Controlo de Doenças Crónicas, nos últimos cinco anos o número de pacientes registados com AVC aumentou de 258 para 1.329, entre 2017 e 2021. Com o rápido envelhecimento da população de Macau e o aumento do número de pacientes com doenças crónicas, como hipertensão e diabetes, espera-se que a capacidade dos serviços de prevenção e reabilitação de AVC seja cada vez maior.

De acordo com relatórios locais, há sinais de que os jovens começam também a ser afetados por AVC, com muitas pessoas entre 20 e 40 anos, e até com menos de 18 anos, a necessitar de tratamento. Se os residentes conseguirem reconhecer o seu risco de AVC nos estágios iniciais e procurarem tratamento médico, a eficácia da sua reabilitação será maior. Porém, os mais jovens têm tendência para ignorar os sinais do seu próprio corpo. Esperamos que as autoridades entendam as características e tendências atuais de AVC entre jovens e adolescentes e melhorem ainda mais a divulgação de informações relevantes.

Embora haja um aumento significativo de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e da fala em Macau nos últimos anos, e um investimento considerável do Governo, há uma grande procura por serviços terapêuticos complementares para de crianças, idosos e doentes crónicos. Portanto, mesmo que os pacientes com AVC recebam tratamento em centros de reabilitação, é difícil beneficiarem de tratamento intensivo e contínuo em hospitais públicos por um longo período, devido à relativa escassez de recursos humanos.

Ao mesmo tempo, quando os pacientes com AVC regressam a casa, enfrentam vários desafios, pois tanto eles como os cuidadores precisam de se adaptar à perda de habilidades físicas, e tem de haver um ajuste psicológico. Espera-se que o Governo consiga providenciar este apoio e até coopere com as instituições médicas na Área da Grande Baía no futuro, para oferecer escolhas adicionais àqueles dispostos a ir para o Continente fazer reabilitação, e deste modo reduzir a pressão sobre os recursos locais.

Federação das Associações dos Operários de Macau

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