Previsão de visitantes em 2024 torna-se baixa

A adição de oito cidades do interior da China ao esquema de visita individual para Macau e Hong Kong leva membros da indústria de turismo a esperar mais visitantes do que o previsto até final do ano

por Gonçalo Lopes
Viviana Chan

A 27 de maio, 8 cidades chinesas serão adicionadas ao esquema de visita individual (IVS, na sigla em inglês), permitindo que os seus cidadãos viajem para Macau e Hong Kong sem ter de integrar grupos turísticos. São estas Harbin, Taiyuan, Hohhot, Lhasa, Lanzhou, Xining, Yinchuan e Urumqi, todas capitais de províncias no norte ou noroeste da China, com população superior a 33 milhões. Sendo assim, o número de cidades abrangidas pelo IVS passa para 59, totalizando 490 milhões de potenciais turistas.

Andy Wu, presidente da Associação da Indústria do Turismo de Macau, diz ao PLATAFORMA que a nova política muda tudo. Em meados de abril, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, previu de forma conservadora cerca de 30 milhões de visitantes em 2024, uma vez que Macau recebera 28.3 milhões de visitantes em 2023. Mas Andy Wu diz que a projeção agora deve ser aumentada, visto que não contava com esta iniciativa do Governo Central.

A adição de Xi’an e Qingdao ao IVS, em março deste ano, foi a primeira expansão desde 2006, de acordo com uma análise feita pelo banco de investimento Citigroup. Com base nas suas estimativas, só essa expansão trará 565 mil visitantes adicionais a Macau por ano.

Andy Wu diz que é difícil prever o potencial destas 8 cidades, mas indica que a maioria está a grande distância de Macau, o que permite aumentar o tempo de estadia dos visitantes, bem como os seus gastos. “Atualmente, cerca de 80 por cento dos visitantes ficam só um dia, porque são de Guangdong. Quando vêm de cidades distantes, normalmente ficam mais tempo, o que significa que gastam mais aqui”, explica.

Há um problema: estas cidades têm menos ligações aéreas que outras incluídas no IVS, e a maioria nem sequer tem ligação direta com Macau, segundo a empresa de consultoria Seaport. Neste contexto, Andy Wu dá o exemplo de outros cidades de turismo na China, que recebem apoio dos governos para criar novas rotas aéreas. “O Governo de Macau poderia pensar nessas iniciativas”.

O analista da Seaport, Vitaly Umansky, sugere que o aeroporto de Zhuhai pode desempenhar um papel complementar. Tendo sido recentemente ligado por comboio rápido à entrada da Ponte Lotus, em Hengqin, “permite uma viagem do aeroporto a Macau em menos de 15 minutos”. Além disso, refere que oferece viagens mais baratas em comparação com Macau e Hong Kong.

Ng Iong Wai, presidente da Associação de Promoção do Turismo de Guia de Macau, considera a política digna de celebração. Apesar do analista da Seaport considerar estas 8 cidades “menos prósperas”, Ng Iong Wai sublinha que se tratam de “capitais de províncias, que concentram a população relativamente próspera” e com “potencial para visitar e gastar aqui”.

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