“Para 2024, o BCTL prevê a retoma económica, perspetivando uma aceleração do crescimento económico para 4.2 por cento”, depois de, em 2023, a taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) não petrolífero ter sido de 2,3 por cento, refere no relatório relativo ao ano de 2023, dedicado ao tema “Salvaguardando o Futuro: Traçar a Resiliência Económica e Estabilidade Financeira”.
De acordo com o BCTL, a previsão é baseada no “aumento do contributo da procura interna” e no “ligeiro aumento do contributo da procura externa líquida”.
“Perspetiva-se, ainda, para o corrente ano, um crescimento de 0,5 por cento do consumo público e 5,2 por cento para o consumo das famílias face a 2023. Ao contrário de 2023, esperamos que o investimento público e privado aumente ligeiramente (2,1 por cento e 0,6 por cento) em 2024 face a 2023 (14 por cento e 0,8 por cento)”, salienta.
Em relação à inflação, o BCTL refere que, em 2023, a taxa média anual fixou-se nos 8,4 por cento, mas antecipa uma “desaceleração das pressões inflacionistas ao longo de 2024” para 4,5 por cento.
Para a desaceleração da inflação vão contribuir, segundo o BCTL, a “redução dos preços globais das matérias-primas”, a “continuação do abrandamento da inflação nos parceiros comerciais do país” e a “política de redução de impostos sobre as importações do Governo”.
A instituição financeira refere também que Timor-Leste continuou, em 2023, a registar um défice da conta corrente externa de 601 milhões de dólares (cerca de 552 milhões de euros), devido à redução da exportação de produtos petrolíferos.
“A diminuição do défice da balança de serviços, juntamente com um aumento substancial do rendimento primário, contribui para aliviar os efeitos do elevado défice da balança corrente do país em 2023”, salienta o relatório.
Segundo o BCTL, os dados económicos de 2023 e as projeções para 2024 continuam a “confirmar o excessivo peso do setor público na economia doméstica, atrasando o desenvolvimento económico liderado pelos setores produtivos privados”.
“Essa transição contribuiria decisivamente para mitigar os constantes saldos negativos das exportações líquidas que comprometem a sustentabilidade económica a médio e longo prazo”, refere o relatório.
“Só com uma maior promoção dos setores de atividade mais produtivos se poderá criar empregos de qualidade, especialmente para as populações mais jovens e, com isso, retribuir melhor os fatores produtivos e, por outro lado, promover um desenvolvimento económico robusto e sustentável”, acrescenta o BCTL.
Plataforma com Lusa