Governo admite desequilíbrio na recuperação económica

Durante um encontro com associações comerciais, o secretário para a Economia e Finanças admitiu existir um desequilíbrio na recuperação económica na RAEM, com as PME fora das zonas turísticas ainda a enfrentar dificuldades

por Gonçalo Lopes
Nelson Moura

Na sua mensagem de Ano Novo Lunar do Dragão, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, sublinhou que no ano passado os “principais indicadores económicos de Macau tornaram-se satisfatórios”, e que o primeiro e sistemático Plano de Desenvolvimento da Diversificação Adequada da Economia foi elaborado e posto em execução, “impulsionando o desenvolvimento de várias indústrias emergentes para um novo patamar”.

No entanto, durante um encontro com várias associações comerciais, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, expressou algumas preocupações quanto ao “desequilíbrio” da recuperação económica. O encontro a 12 de fevereiro teve como objetivo uma avaliação da situação dos negócios nos bairros comunitários durante as festividades do Ano Novo Lunar, e a discussão de opções para a revitalização da economia comunitária.

Dados dos Serviços de Estatística e Censos mostram que as entradas de visitantes a Macau em 2023 atingiram cerca de 28.2 milhões, um aumento homólogo de quase 400 por cento. A taxa de ocupação hoteleira acumulada foi de 81,5 por cento, com uma estadia média de aproximadamente 1.7 dias.

Apesar da aparente melhoria nos indicadores do turismo e do jogo, as pequenas e médias empresas têm dito que essa recuperação só está a acontecer nas principais zonas turísticas.

Segundo notas do encontro, o Governo admitiu o desequilíbrio na retoma económica e justificou-o com as transformações observadas nos últimos anos, nomeadamente a alteração dos padrões de consumo dos residentes e turistas.

O secretário disse às associações comerciais que o Governo vai continuar a reforçar e aprofundar as medidas de apoio em prol da economia comunitária, incluindo a promoção contínua da revitalização das zonas antigas, a prestação de apoio às lojas na sua promoção ‘online’ e disponibilização de formação a esse respeito. Outras medidas incluem o alargamento do Plano das Lojas com Características Próprias, a oferta de descontos para impulsionar o consumo, a prestação de apoio financeiro aos bairros comunitários, a disponibilização dos serviços de apoio à digitalização das PME.

Os responsáveis das referidas associações agradeceram o compromisso do Governo, apelando ao aumento das medidas vocacionadas para atração de turistas para mais zonas comunitárias.

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