“Tenho três filhos, de 11, 14 e 20 anos. Deixei-os entregues à minha mãe e saí de casa, para eles não estarem a ver a mãe neste estado”. Este é o frio e consciente autorretrato de Alexandra, que aos 43 anos sofre uma degradação física profunda e que, por isso, preferiu entregar os filhos aos cuidados da avó e viver na rua, evitando que estes acompanhassem as consequência do consumo de crack [cocaína cozida em amoníaco e fumada] de que é dependente. “Sou funcionária pública, trabalho como assistente operacional num hospital mas meti uma licença sem vencimento. Já ultrapassei o tempo de baixa médica e não quero perder o meu vínculo à função pública nem a ADSE para mim e para os meus filhos”, prossegue a toxicodependente.
Alexandra teve uma entrada tardia no mundo da droga. “Experimentei por curiosidade, com o meu irmão. Fui vítima de violência doméstica, o meu marido esteve preso e, entretanto, sei que ele emigrou e nunca mais quis saber dos filhos. Mas não vou pôr a culpa dos meus disparates noutras pessoas”.
Leia mais em Diário de Notícias