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China garante que país vai aumentar despesa pública em 2024

O ministro das Finanças chinês anunciou que o país vai aumentar a despesa pública este ano para impulsionar a procura e a recuperação económica após o fim da política 'zero covid', informou hoje o jornal Diário do Povo.

Numa entrevista ao jornal oficial chinês, Lan Foan disse que a subida da despesa pública irá ter “um papel mais proeminente no estímulo da procura interna”. O ministro garantiu que serão estabelecidas metas para o défice das contas do Estado, mas não adiantou números concretos, limitando-se a garantir que será mantido num “certo nível” em 2024.

O défice fiscal da China aumentou de 3 por cento para 3,8 por cento do produto interno bruto (PIB) após a emissão adicional de um bilião de yuan em obrigações especiais em outubro. No entanto, o ministro das Finanças garantiu que a dívida pública chinesa “está ainda dentro de uma margem razoável”.

Lan acrescentou que será estabelecida uma quota “adequada” para a emissão de obrigações por parte das administrações locais, algo fundamental para o financiamento de projetos de infraestrutura.

Pequim tem tentado resolver o problema da dívida das administrações locais, que acumularam grandes quantidades de “dívida oculta” através de canais de financiamento informais conhecidos como “veículos financeiros da administração local”.

Estas entidades semipúblicas, criadas para contornar as restrições ao endividamento, espalharam-se por toda a China após a crise financeira de 2008, acumulando uma dívida total de cerca de 66 biliões de yuans, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional.

Na entrevista divulgada hoje, o ministro das Finanças prometeu mais transferências do Executivo central para as províncias e regiões endividadas, com especial destaque para as zonas menos desenvolvidas.

Lan Foan disse que a subida da despesa pública irá ter “um papel mais proeminente no estímulo da procura interna”

Lan garantiu que, em 2023, a economia da China “suportou a pressão” de um contexto mundial marcado por inflação elevada, subidas das taxas de juro e baixo crescimento, e alcançou uma recuperação “sustentada”.

O PIB chinês aumentou 5,2 por cento nos primeiros três trimestres de 2023, em comparação com igual período do ano anterior, de acordo com dados oficiais do Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) do país asiático. O Governo da China tinha fixado o objetivo de crescimento económico para 2023 em “cerca de 5 por cento”.

No entanto, a 4 de dezembro o NBS acusou algumas áreas administrativas em Guizhou (sudoeste) e Shaanxi (noroeste) de falsificarem ou interferirem na recolha de dados económicos.

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