Pandemia ou diversificação . Um deles mudou o emprego

A taxa de desemprego continua a diminuir, mas lentamente. A dos residentes mantém-se idêntica ao trimestre transato. Os ramos de atividade económica estão a mudar: os setores tradicionais empregam menos, enquanto que outros estão a crescer e já representam 1/5 do emprego

por Gonçalo Lopes
Guilherme Rego

O desemprego continua a diminuir. No último trimestre (julho-setembro) desceu 0,1 por cento, segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Atualmente, a taxa de desemprego situa-se em 2,4 por cento – mais longe de voltar ao recorde de 2022, onde as taxas de desemprego dos residentes e residentes jovens foram de 5,4 por cento e 15,5 por cento, respetivamente.

Não obstante, comparando com o mesmo período pré-pandémico (julho a setembro de 2019), ainda há um caminho a percorrer. Nessa altura, o desemprego situava-se nos 1,8 pontos percentuais.
Não residentes ganham

De salientar que a taxa de desemprego entre os residentes (3,1 por cento) não sofreu alterações face ao trimestre transato, ou seja, a diminuição do desemprego no trimestre em análise não se deve à contratação de residentes locais.

A população empregada fixou-se em 369.300 pessoas e o número de residentes empregados atingiu 286.800 pessoas, mais 3.300 e 1.700, respetivamente, em comparação com o período precedente. A população desempregada era composta por 9.100 pessoas, menos 200.

Isto significa, de acordo com estes dados, que o número de trabalhadores não residentes (TNR) a viver em Macau é 82.500 – em 2019 havia 106 mil TNR na RAEM. Estes números contradizem os dados mais recentes da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que apontam para mais de 170 mil TNR em Macau desde agosto. A discrepância pode ser justificada com o elevado número de TNR que vive nas cidades vizinhas e se desloca diariamente a Macau para trabalhar.

Também a mediana salarial aumentou para os não residentes – de 17.000 para 18.000 patacas -, enquanto que para os residentes se manteve (20.000).

Indústrias empregadoras

Entre as indústrias que suportaram a diminuição da taxa de desemprego neste último trimestre destacam-se os ramos do jogo e hotéis e similares, que empregaram mais 2,6 por cento e 4,1 por cento, respetivamente. Atividades relacionadas com o jogo empregam agora 71.000 pessoas e o ramo de hotelaria emprega 26.100.

O setor da construção também teve um ligeiro crescimento (0,2 por cento), contando agora com 27.900 trabalhadores.

Já o comércio por grosso e retalho e os restaurantes e similares tiveram quedas de 1,2 por cento e 1,7 por cento, respetivamente. Estas indústrias empregam 47.300 e 20.700 pessoas.

New Business

Embora os ramos de atividade discriminados pela DSEC apresentem, na sua maioria, um crescimento face à pandemia, a realidade é que todos empregam menos face a 2019 (ver gráficos n.º1 e n.º2).

O único ramo de atividade que realmente emprega mais à proporção é o “Outros”, que representa agora 20 por cento da mão de obra. Esta categoria representa seis indústrias diferentes: Indústrias transformadoras; produção e distribuição de electricidade, gás e água; atividades financeiras; educação,;saúde e ação social; e outras atividades relacionadas com a indústria do jogo – fora de lotarias, outros jogos de aposta e atividade de promoção de jogos.

Questionada sobre o número de trabalhadores empregados nestas seis categorias, a DSEC indicou ainda só ter dados referentes ao segundo trimestre deste ano. Desse trimestre, a indústria que somava maior número de trabalhadores era a saúde e ação social, que inclui hospitais e clínicas públicas e privadas. Esse setor aumentou de 4,6 para 4,9 por cento do primeiro para o segundo trimestre de 2023.

Em segundo está o setor das atividades financeiras, que viu a sua percentagem dentro do total a aumentar ligeiramente, de 3,6 para 3,7 por cento no mesmo período.

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