“Precisamos de uma pausa”, diz Biden sobre guerra entre Israel e Hamas

O Presidente dos Estados Unidos apelou para a necessidade de "uma pausa" humanitária na guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas, depois ser interrompido por uma manifestante a pedir um cessar-fogo.

por Gonçalo Lopes

“Precisamos de uma pausa”, disse Joe Biden, na quarta-feira.

Biden falava a uma multidão de apoiantes, em Minneapolis, sobre as motivações para se candidatar à presidência em 2020, quando foi interrompido por uma mulher: “Presidente, se está preocupado com o povo judeu, como rabina, preciso que peça um cessar-fogo”.

A presença do líder norte-americano na cidade atraiu mais de mil manifestantes, que empunhavam bandeiras palestinianas e cartazes com slogans: “Pare de bombardear crianças”, “Palestina livre”, “Cessar-fogo agora”.

O Presidente norte-americano disse entender a motivação da manifestante, que acabou por ser retirada do local.

Quando questionado, Biden notou que uma pausa “significa dar tempo para tirar os prisioneiros”. Mais tarde, funcionários da Casa Branca esclareceram que o Presidente se referia aos reféns e à ajuda humanitária.

“Isto é incrivelmente complicado para os israelitas”, continuou Biden. “É incrivelmente complicado também para o mundo muçulmano (…) Eu apoiei uma solução de dois Estados, desde o início”, notou.

Palestinos caminham após realizarem as orações do Eid al-Fitr em meio aos escombros perto da torre al-Sharouk, que abrigava a sede do canal de televisão Al-Aqsa na Faixa de Gaza controlada pelo Hamas, depois de ter sido destruída por um ataque aéreo israelense, na Cidade de Gaza , em 13 de maio de 2021. – Israel enfrentou uma escalada de conflito em duas frentes, lutando para reprimir tumultos entre árabes e judeus em suas próprias ruas após dias de troca de tiros mortais com militantes palestinos em Gaza. (Foto de MOHAMMED ABED/AFP)

“O facto é que o Hamas é uma organização terrorista. Uma organização absolutamente terrorista”, salientou.

Biden observou que tem trabalhado na ajuda humanitária, dizendo ter convencido o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi, a permitir a entrada de ajuda em Gaza.

Durante a crise no Médio Oriente, que teve início em 07 de outubro com uma ofensiva do Hamas a Israel, os Estados Unidos têm afirmado que não vão ditar a forma como os israelitas levam a cabo as operações militares em resposta ao ataque do grupo islamita.

No entanto, Joe Biden tem enfrentado uma pressão crescente de grupos de defesa dos direitos humanos, de líderes mundiais e até membros do Partido Democrata, que afirmam que o bombardeamento israelita de Gaza é um castigo coletivo e é tempo de um cessar-fogo.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse, na quarta-feira, que o recém-confirmado embaixador de Biden em Israel, Jack Lew, seria enviado em breve para o Médio Oriente e teria como uma das missões “apoiar os esforços dos EUA para criar as condições para uma pausa humanitária para enfrentar o agravamento das condições humanitárias enfrentadas pelos civis palestinianos”.

Em 07 de outubro, o grupo islamita Hamas desencadeou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito entre Israel e o Hamas classificado como uma organização terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, causou já milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

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