“Barril de pólvora” em Israel. Advertências sobem de tom em todas as direções

Retórica inflamada entre Telavive e os grupos armados da Palestina e do Líbano, e entre o Irão, EUA e o "fantoche israelita". Ministro da Defesa assegura que a invasão terrestre ao enclave será a última porque aquela destruirá o Hamas.

por Gonçalo Lopes

Através de panfletos lançados pelo ar, o governo de Israel voltou a avisar os palestinianos da Cidade de Gaza para saírem do norte do enclave. O ministro da Defesa israelita reiterou o objetivo de pôr fim ao Hamas, a organização islamista à frente da Faixa de Gaza e responsável pelo ataque terrorista de dia 7. Já o primeiro-ministro advertiu o Hezbollah, com sede no Líbano, para não se intrometer. O secretário da Defesa norte-americano também repetiu os avisos ao Irão e aos grupos que patrocina, enquanto o chefe da diplomacia se mostrou preocupado com a hipótese de pessoal dos EUA vir a ser atacado. Em Teerão, a expressão para classificar o Médio Oriente é “barril de pólvora”, e dali também veio o aviso de que a continuação dos ataques israelitas poderá levar a região para “fora de controlo”.

Israel continuou a campanha de ataques aéreos à Faixa de Gaza, tendo na noite de sábado para domingo atingido em especial Deir al-Balah, no centro do território, e matado pelo menos 80 pessoas, segundo o Hamas, quando o número total de vítimas no enclave ultrapassa as 4650. Mas os ataques não se limitaram à Faixa de Gaza: na Cisjordânia, uma mesquita no campo de refugiados de Jenin foi alvo das forças israelitas, tendo matado duas pessoas e ferido três outras. O porta-voz dos militares israelitas, Richard Hecht, disse que havia um “complexo terrorista” subterrâneo que estaria a ser utilizado pelo Hamas e pela Jihad Islâmica para organizar um ataque iminente. Uma “bomba-relógio”, comentou. Já a Autoridade Palestiniana considerou os ataques aéreos na Cisjordânia uma “escalada perigosa”.

Além disso, o regime sírio disse que os israelitas efetuaram ataques aéreos aos aeroportos de Damasco e Alepo, tendo os mesmos ficado com as pistas fora de serviço. O exército israelita atacou também, embora de “forma acidental”, uma torre de vigilância fronteiriça do Egito. Ao que comunicou o exército egípcio, “fragmentos de um projétil de um tanque israelita” atingiram a torre junto da fronteira entre os dois países em Kerem Shalom. Telavive pediu de imediato desculpas num incidente que causou um número indeterminado de “ferimentos ligeiros”.

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