Portugal quer “ir além” das ligações culturais com Macau e apostar em novas áreas

A criação da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), que começou hoje em Macau, reflete o apoio político das autoridades de Pequim, disse à Lusa um dos organizadores.

por Gonçalo Lopes

Mais de 260 expositores oriundos de países lusófonos estão a participar, até 22 de outubro, na C-PLPEX, a 28.ª Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Franquia de Macau (2023MFE), a decorrer em simultâneo.

A primeira C-PLPEX surge após seis edições da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, que “era apenas uma feira local para atrair compradores da China continental”, disse o diretor do escritório em Portugal da Perfeição Companhia Lda, empresa de Macau que apoiou a organização do evento.

Este ano, “a feira vai ser de alto nível, organizada pelo Governo da RAEM [Região Administrativa Especial Chinesa de Macau] , com o apoio do Ministério do Comércio da China”, sublinhou João Li.

A primeira C-PLPEX, “em vez de ser apenas uma parte da MIF, é separada e transformada numa feira independente”, disse à Lusa Bella Huang, gestora de projetos na Perfeição.

“Podemos ver que o Governo está mais concentrado em desenvolver os laços entre a China e os países de língua portuguesa”, defendeu Huang.

“Macau é um mercado muito pequeno, mas vamos trazer muitos fornecedores e clientes de elevada qualidade, que podem encontrar bons parceiros” na região chinesa”, defendeu João Li.

De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), dos mais de 260 expositores vindos dos países de língua portuguesa, 76 são do Brasil, que regista assim o maior número de expositores, marcas e delegações de sempre.

João Li disse que, após quase três anos de restrições à entrada na China, devido à pandemia de covid-19, os empresários lusófonos “têm muito interesse em poder encontrar-se cara-a-cara” com empreendedores chineses.

“Durante a pandemia organizámos muitas sessões de bolsas de contacto através da Internet, mas não é a mesma coisa. A presença física é muito importante”, sublinhou o diretor do escritório em Portugal da Perfeição.

Os expositores de língua portuguesa presentes abrangem indústrias como tecnologia de ponta, finanças modernas, turismo, criatividade cultural, comidas e bebidas, entre outras, salientou o IPIM no domingo, em comunicado.

Bela Huang recordou o papel importante que advogados e contabilistas vindos de países lusófonos têm desempenhado em Macau, mas defendeu que, para “desenvolver indústrias diversificadas, são precisos talentos em outras áreas”.

A gestora da Perfeição deu como exemplo a aposta nos veículos elétricos, na última edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, em agosto, e disse que a C-PLPEX “quer atrair mais indústrias diversas, como comércio eletrónico”.

*Com Lusa

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