Revitalizar a Zona da Barra em redor da Doca D. Carlos I

por Gonçalo Lopes

O Governo de Macau, em colaboração com a MGM China, lançou o “Plano de Revitalização para a Área da Barra no entorno da Doca D. Carlos I”, que abrange uma área de aproximadamente 35.000 metros quadrados e envolve 13 edifícios. Com base nos princípios de conservação arquitetónica, desenvolvimento comunitário e promoção cultural, o projeto visa explorar as histórias históricas do bairro da Barra no entorno da Doca D. Carlos I e criar uma interface urbana pública com características culturais locais e desenvolvimento sustentável.

O Secretário de Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, a Diretora do Instituto Cultural, Leong Wai Man, a Presidente e Diretora Executiva da MGM China, Pansy Ho, e outros representantes de diversos departamentos governamentais participaram na conferência de imprensa.

Leong Wai Man indicou que a área da Barra em redor da Doca D. Carlos I é uma área relativamente rica em história marítima, cultura e fábricas industriais em Macau, composta principalmente pelos departamentos de construção naval, mecânica e carpintaria das antigas Oficinas Navais, bem como pelos escritórios do departamento marítimo e matadouros municipais, que testemunharam o desenvolvimento e as mudanças da área desde o final do século XIX. Muitos edifícios com características industriais continuam preservados na área, com a zona em redor da Doca D. Carlos I a ser o centro de um conjunto de edifícios industriais e de recursos naturais circundantes que formam uma atmosfera histórica, cultural e paisagística distinta.

Alimentação, cultura, artes criativas e atuações

Segundo Leung, a área da Barra no entorno da Doca D. Carlos I e arredores são ricos em recursos culturais. Combinada com a rota original do Centro Histórico do Património Mundial, o Centro Intermodal da Barra, bem como edifícios e espaços com características únicas, a área pode-se tornar num distrito de lazer e cultura criativa com características especiais e atrações, melhorando a vida cultural dos residentes e fornecendo aos residentes e turistas uma grande variedade de recursos culturais.

A MGM China apoia o desenvolvimento de empreendimentos culturais e das indústrias culturais locais. O plano de revitalização irá integrar a venda de produtos culturais e criativos, exposições de arte, esplanadas com refeições ligeiras, restaurantes típicos, exibição e arte performativa, instalações artísticas, entre outros, e irá ligar a zona central das Ruínas do Colégio de S. Paulo, o percurso nuclear do Património Mundial e os recursos turísticos envolventes, impulsionando o fluxo de pessoas para os bairros antigos e criando uma experiência diversificada de turismo, transformando-os num parque cultural e criativo com atividades de lazer únicas e atrativas.

Sem calendário

Alguns jornalistas perguntaram sobre o calendário e o orçamento do Plano de Revitalização, com Pansy Ho a responder que o projeto de grande envergadura levará tempo a estabelecer os valores exatos, com o prazo e orçamento do Plano ainda por definir. Ho realçou que o valor histórico da área será bem aproveitado e que não há necessidade de demolição em grande escala.

Tem havido sugestões de que o primeiro ferry de alta velocidade poderia ser colocado em exibição na zona, no entanto, Pansy Ho respondeu que como a profundidade da água não é suficiente e as condições do estaleiro não são as ideais, tecnicamente não seria possível fazê-lo.

Leong acrescentou que os edifícios na área têm valor histórico e que o Governo fornecerá diretrizes para regulamentar os critérios de revitalização. Dois edifícios naquela área já foram revitalizados, mas estão a ser utilizados apenas para exposições e atuações, o que dificulta a criação de uma atmosfera ampla para revitalização ou atividades, que requer o uso de diferentes elementos, como comércio e alimentação.

Planos para ligar diversos bairros e restaurar a economia

Elsie Ao Ieong U apontou que o objetivo geral do Governo é revitalizar economicamente os antigos bairros desenvolvendo seis distritos históricos. Por exemplo, a disposição do distrito de Macau estende-se desde a Avenida Almeida Ribeiro até a área da Barra em redor da Doca D. Carlos I, com o Governo a tentar interligar essas áreas de maneira a ressuscitar a economia dos antigos distritos. “Não sei se [esse plano] terá sucesso, mas não terá certamente se não for implementado”, descreveu a Secretária.

Elsie Ao também considerou que a proximidade da área da Barra em redor da Doca D. Carlos I com o centro intermodal da Barra é muito propícia para o planeamento e desenvolvimento de toda a área. Estes seis distritos incluem a zona pedonal da Rua da Felicidade, o Terminal de Balsas do Porto Interior nº 23 e nº 25, a área em redor da Avenida Almeida Ribeiro e da Rua de Cinco de Outubro, a área da Barra em volta da Doca D. Carlos I, a Fábrica de Fogo de Artifício Iec Long e a área dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun.

Elsie Ao mencionou também que os departamentos governamentais localizados na área da Doca D. Carlos I terão novos escritórios, com o Instituto para os Assuntos Municipais, e o antigo matadouro a ser recolocados para a área da fronteira de Qingmao, e com o novo prédio da Alfândega a ser concluído em breve. Após a realocação destes departamentos, haverá condições para a revitalização da área, que também exigirá o início de projetos como a estação de energia hidroelétrica e prevenção de enchentes.

Artigo publicado no âmbito da parceria com o Macau Daily News

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