Antigo líder de Macau defende unificação monetária no sul da China

O antigo chefe do Executivo de Macau Edmund Ho Hau Wah defendeu hoje a necessidade de uma unificação monetária entre as regiões especiais chinesas de Macau e Hong Kong e a província de Guangdong.

por Gonçalo Lopes

“Aqui na região temos três moedas que precisamos de unificar”, disse Ho, num discurso proferido na cerimónia de abertura da Conferência Industrial e Comercial para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong- Macau.

A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia ou México, países que integram o G20.

A unificação monetária é um objetivo “fortemente apoiado pelos governos da região”, acrescentou Ho.

Não foi claro se o atual vice-presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês se estava a referir a uma indexação entre as três moedas ou à criação de uma moeda única.

A moeda oficial na província de Guangdong, tal como no resto da China continental, é o renmimbi, enquanto Macau e Hong Kong têm outras moedas – a pataca e o dólar de Hong Kong, respetivamente – ambas indexadas ao dólar norte-americano.

Em Macau, o Banco Nacional Ultramarino (BNU), que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), é um dos dois bancos emissores de pataca, juntamente com o Banco da China.

Em maio, o economista chinês Andy Xie Guozhong defendeu que Hong Kong deveria abandonar a indexação ao dólar norte-americano e ligar a moeda local ao renmimbi.

Num artigo de opinião publicado no jornal de Hong Kong South China Morning Post, Xie disse que “à medida que a procura mundial por renmimbi aumenta, mudar para essa moeda iria impulsionar o sucesso financeiro” da região.

A indexação ao dólar norte-americano obrigou Hong Kong e Macau a subir as taxas de juro por 10 vezes desde março de 2022, seguindo as decisões da Reserva Federal norte-americana.

Por outro lado, o pessimismo criado pela desaceleração da economia da China continental levou a que o dólar de Hong Kong caísse 0,6% em agosto face ao dólar norte-americano, a maior diminuição mensal desde 1985.

*Com Lusa

Pode também interessar

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!