Fundo de Segurança Social de Macau perde mais de 7,7 mil milhões de patacas em 2022

O Fundo de Segurança Social (FSS) de Macau perdeu 7,7 mil milhões de patacas em investimentos financeiros em 2022, de acordo com o relatório anual da instituição.

por Nelson Moura

No documento, o FSS lembrou que “o mercado financeiro global foi afetado por uma série de fatores desfavoráveis, incluindo a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as sanções da Europa e dos EUA contra a Rússia [e] o aquecimento contínuo da situação geopolítica”.

O fundo acrescentou que, numa “situação macroeconómica (…) instável e complicada” a nível mundial, a subida da inflação levou os bancos centrais de muitos países a subirem as taxas de juro.

A Autoridade Monetária de Macau aprovou, em maio, um aumento de 0,25 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, a décima subida desde março de 2022, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

Devido às perdas em investimentos financeiros, as despesas totais do FSS ficaram perto de 14 mil milhões de patacas em 2022, mais 114,9 por cento do que no ano anterior.

Também as receitas caíram 71,2 por cento em comparação com 2021, fixando-se em 2,8 mil milhões de patacas.

Deste valor, 11,4 por cento veio das contribuições dos trabalhadores, atualmente fixada em 90 patacas por mês, e 13,4 por cento da taxa que as empresas pagam para contratar pessoal do exterior.

De acordo com uma projeção da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau, divulgada em fevereiro, o número de idosos deverá, pela primeira vez e já este ano, ser superior ao número de jovens

No final de contas, o FSS registou um défice de 11,1 mil milhões de patacas no ano passado, o pior resultado desde a transição de administração de Macau, de Portugal para a China, em 1999.

Em junho de 2019, antes da pandemia da covid-19, o Governo implementou uma lei que garante a transferência de 3 por cento do saldo do orçamento do território para o FSS, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população.

No relatório, o fundo indicou que em 2022 havia quase 137.500 residentes de Macau a receber a pensão para idosos, atualmente fixada em 3.740 patacas por mês, mais 8.200 do que no ano anterior.

De acordo com uma projeção da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau, divulgada em fevereiro, o número de idosos deverá, pela primeira vez e já este ano, ser superior ao número de jovens.

A DSEC prevê que os residentes com 65 anos ou mais passem de 83.200 pessoas em 2021 para 164.400 em 2041, ou seja, de 12,2 por cento para 20,9 por cento, um aumento que tornaria Macau num dos territórios mais envelhecidos do mundo.

Plataforma com Lusa

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