“Ele estava aqui agorinha mesmo”, disse um dos indigenistas, Jair Candor, agachado embaixo do abrigo, enquanto seu companheiro fazia fotos. Era junho. Candor passara 35 anos procurando um homem que não queria ser encontrado —e, desta vez, não o encontrou por muito pouco.
Esse homem, Tamandua Piripkura, passou a vida inteira fugindo. Não de autoridades ou de inimigos —embora não falte quem gostaria de vê-lo morto—, mas da modernidade.
Tamandua é um dos últimos três sobreviventes conhecidos dos piripkura, subgrupo de um povo indígena maior e que no passado ocupou uma área grande da floresta. Ele sempre viveu isolado nas profundezas da floresta amazônica. Acredita-se que tenha cerca de 50 anos.
Seu parceiro no isolamento foi por muito tempo seu tio Pakyi. Os dois percorriam a floresta, nus e descalços, levando pouco mais que facões e um farolete. A terceira sobrevivente, uma mulher chamada Rita, deixou a Terra Piripkura por volta de 1985 e se casou com um homem de outra tribo.
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