Bolsonaro simulou atrito com tribunal para ganhar tempo e resgatar jóias nos EUA

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) atribuiu, antes da operação da Polícia Federal sobre negociação de joias, a uma alegada "burocracia" do TCU (Tribunal de Contas da União) a "delonga" na entrega de presentes recebidos pelo ex-presidente de autoridades estrangeiras.

por Gonçalo Lopes

No dia 30 de março, ocasião em que representantes de Bolsonaro reclamaram de procedimentos da corte de contas, auxiliares do ex-presidente concluíam, segundo a investigação da PF, as providências para reaver todo o material evadido do país para, então, entregá-lo ao Estado brasileiro.

“Registre-se, aqui, que a delonga na entrega efetiva dos bens se deu, a despeito da forma como os veículos de imprensa optaram por noticiar, unicamente em razão da burocracia desta Corte”, disse a defesa do ex-mandatário em documento naquele dia do fim de março.

Os advogados afirmaram que a deliberação da corte quanto a local apropriado para o depósito dos bens, bem como a expedição de ofícios e diligências para efetivar a “entrega segura e transparente dos bens”, se arrastou mais do que o esperado.

“Descabido, portanto, o tratamento da questão como se houvesse por parte do peticionário [Bolsonaro] alguma tentativa maliciosa de escamotear determinados bens desta corte e de qualquer outro órgão”, afirmou a defesa do ex-presidente na época.

A PF empregou justamente o termo “escamotear” ao se referir à operação montada por auxiliares de Bolsonaro para resgatar as joias, levadas para os Estados Unidos.

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