China retoma excursões para EUA, Reino Unido e Japão

Pequim levantou na quinta-feira a proibição de viagens em grupo para o exterior, implementada durante a era da Covid, para dezenas de países, incluindo os Estados Unidos e o Japão, uma medida que poderá resultar no regresso de multidões de turistas chineses a destinos por todo o mundo.

por Nelson Moura

A China isolou-se do mundo em 2020 como parte de uma estratégia rigorosa de zero Covid, utilizando suspensões de vistos e quarentenas prolongadas para conter a importação de casos de vírus no país.

O anúncio de quinta-feira é o mais recente passo em direção à reabertura, depois de o governo chinês ter levantado abruptamente as suas medidas de contenção em dezembro.

“A partir de agora, agências de viagens por todo o país e empresas de viagens online retomarão a organização de viagens de grupo para o exterior” para mais de 70 países, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido, o Japão e a Coreia do Sul, afirmou o Ministério da Cultura e Turismo da China num comunicado.

A lista também autoriza viagens para muitos outros países, incluindo a maioria dos estados membros da União Europeia, a Índia, o Paquistão e a Austrália.

A inclusão da Austrália coincide com um descongelamento na relação tensa entre Camberra e Pequim, que tem dominado as relações nos últimos anos.

Na semana passada, a China anunciou que estava a remover tarifas adicionais sobre a cevada australiana, impostas em 2020 durante um contencioso amargo com o então governo conservador australiano, que abrangia questões relacionadas com as operações de influência externa da China.

(Photo by Jack TAYLOR / AFP)

Papel positivo

Grupos de turistas chineses já tinham recebido permissão para visitar um pequeno número de países este ano num programa de teste, incluindo destinos turísticos populares como Tailândia, Itália e França.

O ministério do turismo afirmou na quinta-feira que o turismo de saída tem vindo a desenvolver-se de forma estável desde o início do período de teste, “desempenhando um papel positivo na promoção de trocas e cooperação turística”.

Em 2019, a China tinha o maior mercado de turismo de saída do mundo, com os residentes chineses do continente a fazerem 155 milhões de viagens ao estrangeiro nesse ano, de acordo com a consultora McKinsey.

Essa saída diminuiu para um gotejar nos últimos três anos, à medida que as autoridades chinesas restringiram as renovações de passaportes e reduziram os voos internacionais numa tentativa de desencorajar as viagens.

“Atualmente, os voos internacionais de passageiros continuam a ser retomados e o desejo dos chineses de viajar para o estrangeiro está a aumentar”, afirmou o ministério dos negócios estrangeiros num comunicado na quinta-feira.

No início de dezembro, as autoridades chinesas efetivamente puseram fim ao regime de testes em massa, confinamentos e longas quarentenas no país – mas a reversão abrupta levou a um aumento nos casos de Covid.

Pequim anunciou no final de dezembro que os viajantes que chegam ao país já não precisariam de cumprir quarentena a partir de 8 de janeiro, mas manteve as restrições de vistos para estrangeiros.

A China retomou a emissão de diversos tipos de vistos para estrangeiros em março, mas o turismo de entrada permanece a uma fração dos níveis pré-pandemia.

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