Inflação desce e é inferior à Lusofonia

A taxa de inflação de Macau em junho está acima da registada na China e no Brasil, mas é inferior aos aumentos de preços registados no bloco lusófono

por Gonçalo Lopes
Nelson Moura

A taxa de inflação em Macau desceu ligeiramente em junho deste ano para 0,8 por cento, o valor mais baixo desde fevereiro, revelam dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

A taxa de inflação registada na RAEM neste mês foi substancialmente menor do que a registada em Hong Kong (1,9 por cento) que registou uma taxa de inflação efetivamente nula, sem alteração para com junho de 2022. A estagnação dos preços na China continental segue-se a níveis de inflação homóloga muito baixa de 0,1 por cento em abril e 0,2 por cento em maio, com o país em sério risco de entrar em deflação.

Com grande parte do mundo ocidental a lutar com taxas de inflação mais altas do que o normal, a China enfrenta um problema muito diferente, uma potencial deflação de preços. A queda de preços no país tem sido atribuída à fraca perfomance do setor imobiliário e baixa confiança do mercado, com os consumidores chineses a a reduzir os seus gastos e consumos.

No bloco de língua portuguesa, dos países que já publicaram as respetivas alterações de preços, Angola reportou o maior aumento, com a inflação a subir 11,25 por cento em junho, seguida de Timor-Leste (7,1 por cento), Moçambique (6,81 por cento), Cabo Verde (6,80 por cento), e 4,7 por cento em Portugal, segundo o índice harmonizado usado pelo Eurostat.

O Brasil foi o único país lusófono a reportar uma taxa de inflação negativa em junho, uma queda de 0,08 por cento. Em 2022, Macau (0,8 por cento), China (1,8 por cento), Hong Kong (1,9 por cento) e Taiwan (2,7 por cento) estiveram entre as regiões com as taxas de inflação mais baixas do mundo.

Valor mais alto desde o fim de 2022

A taxa de inflação local atingiu 0,9 por cento em maio, o valor mais alto desde outubro de 2022, quando uma taxa de 1,02 por cento foi reportada. O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela ascensão das propinas escolares e dos salários dos empregados domésticos, assim como pela subida dos preços das refeições fora de casa, de quartos de hotéis e do vestuário.

No entanto, uma diminuição das rendas de casa e a redução dos preços dos bilhetes de avião compensaram parte do crescimento do índice de preços. No segundo trimestre de 2023 o índice de preços (IPC) Geral médio (104,57) cresceu 0,85 por cento, face ao trimestre homólogo de 2022.

De entre os índices de preços das seções de bens e serviços, da educação, do vestuário e calçado, da recreação e cultura, bem como dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas aumentaram 9,98 por cento, 5,44 por cento, 5,38 por cento e 2,64 por cento, respetivamente, em termos anuais.
Porém, os índices de preços dos transportes, assim como da habitação e combustíveis baixaram 3,74 por cento e 1,76 por cento, respetivamente.

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