Visitantes abaixo dos 60 por cento do período pré-pandémico

por Gonçalo Lopes
Guilherme Rego

Mercado de turistas de Hong Kong está quase a atingir os níveis pré-pandémicos. De resto, todos os outros, inclusive o interior da China, estão abaixo de 60 por cento do volume registado no primeiro semestre de 2019. Revitalização dos mercados estrangeiros no seu conjunto não chega a 30 por cento e a recuperação dos mercados brasileiro e português é das mais fracas


O pós-pandemia supera as expetativas no que toca ao número de visitantes a dar entrada em Macau. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) espera 60 mil visitantes diários nos próximos meses. Um sinal de estabilidade, segundo a diretora do serviço, Maria Helena de Senna Fernandes. Se essa previsão for correspondida, Macau terá até ao fim do ano mais 9.780.000 visitantes, ou seja, um resultado final de 21.425.877 visitantes – pouco mais de um milhão acima do resultado obtido no 1.º semestre de 2019.
Seria, portanto, 54 por cento do número de visitantes em 2019, quando Macau recebeu 39.406.181 pessoas. Fechado o primeiro semestre do ano, a RAEM recuperou 57 por cento do período homólogo pré-pandémico.

Mercados estrangeiros

No total, os mercados estrangeiros (fora da Grande China) estão a 27,3 por cento dos valores pré-pandémicos. Foram cerca de 474.509 visitantes de nacionalidade estrangeira que entraram em Macau nos primeiros seis meses do ano. Em 2019, por esta altura, Macau já tinha recebido 1.739.669 pessoas (mais 1.265.160).
Portugal está abaixo da média, com uma recuperação de apenas 26 por cento. Entre janeiro e junho deste ano entraram 2.080 visitantes com passaporte português, enquanto que no mesmo período em 2019 tinham entrado 7.795. Do Brasil chegaram 2.012 visitantes, ao passo que em 2019 eram 6.628 – recuperação do mercado está a 30,3 por cento. Portugal é, aliás, o nono mercado com pior recuperação, enquanto que o Brasil está no 11.º posto de um ranking que conta com 26 países.

Mercado asiático

O mercado asiático, considerado por muitos como o mercado estrangeiro mais fácil para alavancar a internacionalização do turismo local, está a 27 por cento dos níveis pré-pandémicos. Enquanto que nos primeiros seis meses de 2019 tinham entrado quase 1.36 milhões de visitantes oriundos dos países asiáticos, até agora só entraram 361.805 pessoas em 2023 (menos 997 mil). A baixa percentagem deve-se, na sua maioria, às grandes quedas observadas nos mercados do Japão e Coreia do Sul.

Mercados excecionais

O caso de Hong Kong é o único que foge à regra. Macau já recuperou 93,4 por cento dos visitantes oriundos da região administrativa especial vizinha no primeiro semestre do ano. Fora Hong Kong, apenas três outros mercados estão acima dos 50 por cento dos níveis pré-pandémicos. São estes o Interior da China (52,7%), Filipinas (50,8%) e Indonésia (57,8%).

Novo top 5

Nos primeiros seis meses de 2019 os cinco principais mercados de turistas em Macau eram o Interior da China (14.314.457), Hong Kong (3.694.910), Taiwan (535.597), Coreia do Sul (450.140) e Filipinas (224.989). Este ano a realidade é diferente. O Interior da China mantém a primeira posição (7.544.179), com menor distância para Hong Kong (3.451.469), seguido de Taiwan (175.720), Filipinas (114.282) e Indonésia (58.110). A Coreia do Sul, que sai do top 5, é também o mercado turístico com pior recuperação nos primeiros seis meses.

Mercados com pior recuperação

Entre os cinco mercados turísticos que Macau está a ter mais dificuldades em recuperar estão a Austrália (26 por cento), Malásia (25 por cento), Suíça (25 por cento), Japão (12,7 por cento) e, por fim, o pior é mesmo a Coreia do Sul (10,3 por cento).

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