Subida dos preços leva residentes para fora de Macau

por Gonçalo Lopes
Nelson Moura

O consumo local continua fraco. A baixa taxa de câmbio nos países e regiões vizinhas tem incentivado o desejo dos residentes de viajar para o estrangeiro, prejudicando assim a vontade de permanecer e consumir em Macau

Alguns residentes afirmam que a subida de preço dos produtos locais depois da pandemia reduziu muito a sua vontade de consumir em Macau, pelo que aproveitam a oportunidade de viajar para o estrangeiro ou, noutros casos, fazem as compras online, para poupar.

Lam, uma residente, vai numa viagem de oito dias com a sua família para o Japão e Coreia do Sul. Tem estado atenta à baixa taxa de câmbio do iene japonês e esteve a trocar dinheiro nos últimos meses para preparar a viagem. Além de gastar em alimentação, entretenimento e alojamento, a taxa de câmbio baixa faz com que Lam queira também comprar roupa, calçado, e uma série de produtos de pele e cosméticos de renome. Espera gastar pelo menos 20.000 a 30.000 dólares de Hong Kong (HKD) em compras.

No total, para três pessoas, está a contar gastar cerca de 50.000 HKD. Relativamente a Macau, diz que não tem motivação para gastar muito dinheiro, pois está tudo “ridiculamente caro”. Afirma que um almoço num café normal começa a partir das 50 patacas, pelo que basicamente não gasta mais nada durante a semana, exceto quando sai do trabalho para uma refeição.

Nos fins-de-semana e feriados, sai de Macau com a família para se divertir no Interior da China. Devido ao enfraquecimento do renminbi, vai frequentemente a Zhuhai, Zhongshan e outros locais para comer, beber e divertir-se. Diz que gasta metade do que teria de gastar em Macau para o mesmo propósito.

Compras online substituem lojas físicas Nos últimos meses, Wu tem viajado com amigos para o estrangeiro. Preferem regiões mais acessíveis economicamente, como a Tailândia e o Vietname. A jovem diz que só podia ficar em Macau para gastar dinheiro durante a pandemia, porque nessa altura alguns comerciantes ofereciam descontos para atrair clientes. Porém, quando a pandemia abrandou, os descontos deixaram de ser oferecidos.

Admite que, à exceção das refeições fora de casa e das compras para necessidades urgentes, reduziu as suas despesas e passou a utilizar mais as plataformas de compras online. Quer se trate de artigos de luxo ou de necessidades quotidianas, as compras online resolvem o problema.

Com a taxa de câmbio e os descontos, pode poupar mais dinheiro e satisfazer as suas necessidades de consumo.

Apesar de em Macau se organizarem feiras especiais de vez em quando, Wu não está muito interessada porque os descontos são limitados. A jovem espera que o Governo de Macau consiga resolver o aumento dos preços. Caso contrário, acredita que cada vez mais residentes de Macau irão para o Interior da China gastar o seu dinheiro.

Artigo publicado no âmbito da parceria com o Macau Daily News

Pode também interessar

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!