Zelensky considera absurdo que NATO não dê uma data para adesão

por Gonçalo Lopes

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje a caminho da cimeira da NATO, em Vílnius, ser absurdo que a Aliança Atlântica não dê uma data de convite para a adesão da Ucrânia.

Zelensky afirmou ter indícios de que haverá uma declaração sem referência direta à adesão quando a guerra terminar.

“A fórmula refere-se apenas ao convite e não à adesão da Ucrânia”, disse Zelensky sobre o conteúdo da declaração que os aliados estão a negociar. O Presidente ucraniano considerou “absurdo e sem precedentes” o facto de a declaração em discussão não incluir uma data para convidar a Ucrânia a aderir à Aliança.

O chefe de Estado ucraniano queixou-se ainda que a declaração que está a ser preparada pelos líderes da NATO alude a condições para a Ucrânia, não para ser aceite na aliança, mas para ser convidada a aderir.

“Parece não haver disponibilidade nem para convidar a Ucrânia a entrar na NATO nem para a tornar membro da Aliança”, afirmou.

“Isto significa que está a ser deixada em aberto nas negociações com a Rússia uma janela de oportunidade para negociar a adesão da Ucrânia à NATO. E para a Rússia, isto significa um motivo para mais terror”, acrescentou Zelensky numa mensagem nas redes sociais.

Zelensky queixou-se ainda de que a fórmula da possível declaração da NATO está a ser negociada “sem a Ucrânia”, afirmando que o seu país “merece respeito”.

“Incerteza significa fraqueza e falarei abertamente sobre isso nesta cimeira”, concluiu Zelensky, prenunciando uma reunião tensa na capital lituana sobre a questão.

A cimeira da NATO, que começou hoje na Lituânia, está centrada no apoio à Ucrânia contra a invasão russa e na adesão da Suécia à Aliança Atlântica, bem como no reforço dos meios militares dos aliados contra futuras ameaças.

O reforço das capacidades de dissuasão e defesa da Aliança é um dos principais temas da cimeira, que junta os 31 atuais membros para analisar uma revisão do modelo de organização militar e novos planos regionais – um plano cuja relevância foi fortalecida pela invasão russa da Ucrânia iniciada em fevereiro do ano passado.

A cimeira servirá para discutir ainda o reforço do investimento dos aliados, para dar resposta a este plano, bem como para suprir as necessidades da Ucrânia no seu esforço de guerra.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, tem insistido na ideia de que os aliados se devem comprometer com os 02% do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa como mínimo e não como “um teto”, tendo já apelado aos 31 membros que tenham “coragem política” para aumentar os gastos em defesa e incrementar a produção de armas para continuar a apoiar a Ucrânia.

A adesão da Ucrânia à NATO também deverá entrar na discussão do alargamento da Aliança, depois de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter aumentado a pressão junto dos aliados para que façam uma declaração inequívoca de aceitação da entrada do seu país, logo que as tropas russas saiam do território.

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