Submersível Titan ainda por localizar quando restam perto de 40 horas de oxigénio

por Gonçalo Lopes

A Guarda Costeira dos EUA continua sem sinais do submersível desaparecido desde domingo no Atlântico Norte numa descida aos destroços do Titanic, com cinco pessoas a bordo, quando restam menos de 40 horas de oxigénio a bordo.

Durante uma conferência de imprensa em Boston, no nordeste dos Estados Unidos, o capitão da Guarda Costeira dos EUA Jamie Frederick admitiu que as buscas do Titan, que estão a ser feitas com a ajuda do Canadá, “não deram resultados” por enquanto, continuando as operações para detetar o submersível e os seus ocupantes, de nacionalidade norte-americana, britânica e francesa.

“As operações de busca têm-se focado tanto na superfície, com os radares dos aviões C-130, como debaixo de água, com aviões a lançar boias com sonares”, detalhou o responsável, que explicou que, “já hoje, um novo navio juntou-se às buscas e esse tem um minissubmarino operado por controlo remoto”.

Este já iniciou “um mergulho na última posição conhecida do Titan, que é perto de onde estão os destroços do Titanic”, e a missão “ainda está em curso”. A caminho estão também mais navios com minissubmarinos deste tipo.

A trabalhar “a tempo inteiro” para reunir “o mais depressa possível todos os recursos”, Frederick explicou ainda que as contas ao oxigénio que ainda restará são apenas uma estimativa: “Se eles partiram com 96 horas de ar, pensamos que eles agora têm 40 ou 41 horas de oxigénio ainda disponível.”

O jornalista da cadeia televisiva norte-americana CBS News David Pogue, que viajou até ao Titanic a bordo do Titan no ano passado, disse que o veículo usa dois sistemas de comunicação: mensagens de texto trocadas com um navio de superfície; e pings de segurança que são emitidos a cada 15 minutos para indicar que o submersível ainda está a funcionar.

Ambos os sistemas pararam cerca de uma hora e 45 minutos depois de o Titan ter submergido, no domingo.

“Isto significa uma de duas coisas: ou eles perderam toda a energia ou o submersível abriu uma brecha no casco e implodiu instantaneamente. Ambas são devastadoras”, disse Pogue.

Hoje, a França anunciou que o instituto Ifremer de ciências oceânicas enviou um navio, o Atalante, equipado com um robô subaquático, o Victor 6.000, para procurar o submersível.

O Victor 6.000 deve chegar ao seu destino na quarta-feira e vai mergulhar até uma profundidade de cerca de 4.000 metros para realizar a operação de busca.

O secretário do Mar francês, Hervé Berville, explicou que um grupo de operadores franceses se deslocou para a orla do Atlantis para poder operar o robô, que mergulhará a uma profundidade de cerca de 4.000 metros.

Berville explicou que se trata de um pedido expresso do Presidente francês, Emmanuel Macron.

A comunicação com o submersível perdeu-se 45 minutos após o início do mergulho, no domingo à noite (hora local), disse a empresa OceanGate Expeditions, proprietária da embarcação e organizadora das viagens aos destroços do Titanic.

Os restos do Titanic – que afundou após colidir com um iceberg, em 1912 – estão a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Newfoundland.

A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá, citado pela agência norte-americana AP.

O submersível tinha uma reserva de oxigénio de 96 horas quando se fez ao mar pelas 06h00 de domingo (hora local), de acordo com David Concannon, um conselheiro da OceanGate, o que transforma a operação num contrarrelógio.

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