Portugal mais competitivo mas longe do êxito de 2018

por Viviana Chan
Dinheiro Vivo

O país subiu três posições este ano face a 2022 e está no 39.º lugar entre 64 economias mundiais. Política fiscal com pior avaliação

Portugal subiu, este ano, três degraus no ranking da competitividade mundial face a 2022, passando do 42.º lugar para o 39.º, entre 64 economias mundiais, mas ainda está longe do êxito alcançado em 2018, quando ficou na 33.ª posição. Do mesmo modo, não conseguiu recuperar os resultados de há dois anos: em 2021, estava em 36.º, três níveis acima, segundo a análise do Dinheiro Vivo ao estudo elaborado anualmente pelo International Institute for Management Development (IMD), que foi divulgado esta segunda-feira à noite.

Entre os indicadores que continuam a penalizar a avaliação da economia portuguesa, o instituto aponta “matérias de política fiscal (54.ª posição), mercado de trabalho (51.ª), práticas de gestão empresarial (51.ª) e finanças públicas (49ª)”.

No que diz respeito ao emprego, o inquérito reconhece como ponto forte o crescimento a longo prazo da população empregada, contudo, dá nota negativa ao desemprego jovem e de longa duração.

Do ponto de vista dos fatores-chave mais globais da economia portuguesa que terão contribuído para uma recuperação lenta da competitividade, o relatório daquela escola suíça de executivos destaca o setor das infraestruturas que caiu dois lugares no ranking, de 30.º para 32.º. Não obstante, este é dos quatro indicadores-chave com melhor classificação, de acordo com o mesmo estudo.

Em sentido inverso, Portugal regista melhorias em dois dos quatro indicadores globais: desempenho económico (subida da 46.ª para a 42.ª posição) e eficiência empresarial (42.ª para 41.ª), sendo que a avaliação da eficiência governativa mantém-se (43.ª). Uma análise mais fina dos subfatores permite concluir que o país se destacou positivamente na educação (23.ª), no quadro social (24.ª), no comércio internacional (26.ª) e no setor da saúde e do ambiente (27.ª).

“A melhoria de Portugal na classificação geral deve-se, em grande medida, aos progressos significativos em termos de desempenho económico, nomeadamente nos subfatores economia nacional e comércio internacional. Portugal também apresenta um bom desempenho nalguns aspetos de eficiência empresarial, tais como a produtividade geral, o crescimento a longo prazo da força de trabalho, o índice da bolsa de valores e a eficácia da resposta do setor privado às oportunidades e ameaças do mercado”, refere José Caballero, economista sénior do IMD World Competitiveness Center (WCC).

“Existem, no entanto, áreas que podem afetar negativamente a competitividade de Portugal a longo prazo”, ressalva o mesmo especialista. Assim, um dos principais desafios passa por garantir um crescimento do PIB superior à média da União Europeia (UE) e dos seus pares, de forma a apoiar o aumento do rendimento real e inverter o declínio do PIB per capita. O estudo sublinha ainda a necessidade de desenvolver uma estratégia nacional para promover as competências de gestão, a transformação digital e a transição energética, reforçando a competitividade das empresas.

E defende um acordo interpartidário sobre estratégias para fazer face a questões demográficas urgentes como o envelhecimento e a baixa taxa de natalidade, além de encorajar reformas na Justiça, Saúde, Educação e Segurança Social que possam promover serviços públicos de qualidade e reduzir o endividamento económico.

Dinamarca mantém liderança

No ranking da competitividade global, a Dinamarca mantém, este ano, a liderança, repetindo a façanha de 2022, quando destronou a Suíça. Aquele país nórdico “continua a ser o primeiro em termos de eficiência empresarial e de infraestruturas, tendo melhorado ligeiramente em termos de eficiência da administração pública (onde passou do 6.º para o 5.º lugar)”, revela o IMD. Irlanda surge na 2.ª posição e a Suíça cai para 3.º lugar. Singapura e Países Baixos completam o top 5.

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