Três meses após o ministro da Saúde declarar que entraves no acesso ao aborto no SNS se resolveriam “em semanas”, governo ainda não esclareceu que medidas pretende tomar. Numa situação idêntica à portuguesa, a Itália, onde 35% dos hospitais não fazem interrupção de gravidez (em Portugal são 30%), foi condenada pelo Comité Europeu dos Direitos Sociais por violação do direito de acesso à saúde e discriminação.
“Tem de vir à urgência, fazer uma ficha e dar a indicação de que quer interromper. Na urgência é feita uma ecografia a ver se está ainda dentro do prazo legal e depois é encaminhada à consulta.”
Mas faz-se aí no hospital?
“Não, não, as senhoras são encaminhadas para fora, para o continente. Não é cá que se faz. Peça a informação ao médico que fizer a ecografia, está bem?”
É assim que a 26 de abril respondem, no hospital do Divino Espírito Santo, de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores, à mulher que telefona a dizer que quer interromper a gravidez: tem de fazer uma viagem de 1445 quilómetros.
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