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A escritora moçambicana Paulina Chiziane defendeu que a língua portuguesa, para ser de todos os povos que a falam, precisa de “tratamento, limpeza, descolonização”, dando como exemplo a maneira como algumas palavras surgem definidas nos dicionários.
Durante o discurso, depois de ter recebido o prémio Camões 2021, numa cerimónia em Lisboa, Paulina Chiziane partilhou que há na língua portuguesa “algumas especificidades” que fazem com que esta “por vezes” a “assuste”.
A escritora deu exemplos de definições que encontra em dicionários de língua portuguesa para algumas palavras, como catinga, “que vem como cheiro nauseabundo característico da raça negra”.
“Fico muito triste quando olho para aquilo. Será que tivemos tempo de olhar para estas questões?”, disse.
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