Espera-se mais cooperação entre China e Brasil em energia limpa e carros elétricos

por Gonçalo Lopes
Hannah, Yao Jingsen

A convite do presidente chinês, Xi Jinping, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, está de visita à China até 15 de abril. Ele liderará uma grande delegação de mais de 200 pessoas para visitar Xangai e Pequim.

“O presidente Lula está visitando os importantes parceiros comerciais do Brasil e traz consigo as grandes empresas brasileiras para visitar a China”, disse Paulo Feldmann, professor de Economia da Universidade de São Paulo e autor do livro Management in Latin America: Threats and Opportunities in the Mundo Globalizado.

No final de 2022, Paulo Feldmann juntou-se a uma equipa para discutir a transição do antigo governo para o novo. Ele compartilhou informações sobre a visita do presidente Lula à China em entrevista exclusiva ao GDToday.

Lula vai impulsionar cooperação sino-brasileira para o desenvolvimento

A China é o quarto país que Lula visitou após a posse em janeiro, depois da Argentina, Uruguai e Estados Unidos, e também o primeiro grande país que ele visitou fora das Américas. “O Brasil é um país neutro em política externa e quer estreitar as relações com a China”, disse Feldmann.

Feldmann destacou que a China é um importante parceiro comercial, comercial, de exportação e importação do Brasil. A visita de Lula à China visa expandir os mercados para sua potência agrícola, bem como trazer tecnologias avançadas daquele país, que é um país diversificado e em rápido desenvolvimento, com uma ampla gama de indústrias.

Feldmann expressou sua visão para a reindustrialização do Brasil. Ele acredita que o Brasil precisa urgentemente ajustar sua estrutura industrial. As estatísticas mostram que a indústria de transformação do Brasil já foi responsável por 30% do PIB do Brasil na década de 80 do século passado. No entanto, até o final de 2021, a participação da manufatura no PIB do Brasil havia caído para 9%.

“O Brasil perdeu sua indústria de transformação e precisa recuperá-la. A China poderia nos dar um grande apoio”, comenta Feldmann.

A convite do presidente chinês, Xi Jinping, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, visitará a China de 12 a 15 de abril. Ele liderará uma grande delegação de mais de 200 pessoas para visitar Xangai e Pequim.

“O presidente Lula está visitando os importantes parceiros comerciais do Brasil e traz consigo as grandes empresas brasileiras para visitar a China”, disse Paulo Feldmann, professor de Economia da Universidade de São Paulo e autor do livro Management in Latin America: Threats and Opportunities in the Mundo Globalizado.

No final de 2022, Paulo Feldmann se juntou a uma equipe para discutir a transição do antigo governo para o novo. Ele compartilhou informações sobre a visita do presidente Lula à China em entrevista exclusiva ao GDToday.

BRI trará novas oportunidades para países da América do Sul

Como parte do conceito de desenvolvimento global do Presidente Xi, a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) recebeu forte apoio de todo o mundo. No entanto, o Brasil ainda não aderiu ao BRI, então a atenção agora está voltada para saber se o presidente Lula o fará desta vez.

“Com certeza, o Brasil precisa participar do BRI”, disse Feldmann. Para ele, o BRI é uma grande oportunidade para a infraestrutura do Brasil. “O Brasil tem um transporte muito ruim e não temos bons trens. O outro problema que temos é relacionado com a eletricidade”, disse, adiantando que se espera mais cooperação em áreas relacionadas com a sustentabilidade e alterações climáticas, como os carros elétricos.

Além disso, Feldmann acredita que o Brasil pode melhorar a qualidade da educação aproveitando o BRI e fornecendo talentos para o desenvolvimento de indústrias de alto valor agregado.

Ele disse ao GDToday que a State Grid Corporation da China e a China Three Gorges Corporation realizaram uma série de projetos hidrelétricos no Brasil, que é um exemplo de cooperação China-Brasil.

Na última década, o BRI tornou-se uma plataforma internacional popular para cooperação internacional, abrangendo dois terços dos países (regiões) do mundo e um terço das organizações internacionais. “O BRI deveria ser uma iniciativa em toda a América do Sul”, afirmou.

BRICS pode ser a plataforma mais importante para países emergentes
Em 29 de março, China e Brasil chegaram a um acordo para negociar em suas próprias moedas, em vez de usar o dólar como intermediário. Feldmann considera o negócio muito positivo, “porque vai reduzir custos para traders brasileiros e chineses”.

“A China deve ser o parceiro mais importante do Brasil. Mas quando mencionei parceria, mencionei que a China pode apoiar o desenvolvimento do Brasil. É diferente da parceria que temos com os EUA”, disse Feldmann, acrescentando que “os EUA só têm interesse no mercado brasileiro. Então a parceria Brasil-EUA é voltada para empresas americanas.”

Já para Lula, que promoveu ativamente o estabelecimento e a cooperação da organização BRICS durante seu primeiro mandato, as questões do BRICS também são consideradas um dos destaques de sua viagem.

Além da Argentina e do Irã, México, Argélia, Arábia Saudita, Türkiye e Egito também se preparam para se candidatar à adesão ao BRICS recentemente. Na visão de Feldmann, como uma importante organização de economias emergentes, os países do BRICS devem continuar a se expandir, aprofundar a cooperação Sul-Sul e alcançar benefícios mútuos e resultados em que todos saem ganhando.

Feldmann elogiou muito o papel da cooperação do BRICS. “O BRICS, na minha opinião, pode ser a plataforma mais importante para os países emergentes. É muito importante que outros países se juntem ao BRICS, como México, Argentina e muitos países asiáticos”, afirmou.

Ele observou que os BRICS podem se tornar uma força motriz para promover o desenvolvimento econômico equilibrado. “Os BRICS poderiam ajudar as nações em desenvolvimento a solicitar maior cooperação das nações desenvolvidas.”

Feldmann acrescentou que os países do BRICS devem fortalecer a cooperação em questões de governança global e defender os países emergentes em temas como comércio, educação e mudança climática.

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