“Nem falo como católico. Se falasse como católico seria ainda mais contundente.” Entrevistado pela RTP e pelo jornal Público, com transmissão esta quinta-feira à noite na estação pública de televisão, o Presidente da República de Portugal foi devastador sobre a posição da Conferência Episcopal Portuguesa quando ao abuso de menores na Igreja: “Passou ao lado dos problemas todos.”
Ou seja, “ficou aquém em todos os pontos importantes”: “no da responsabilização”, ao “não tomar posições preventivas” quanto a padres suspeitos de abusarem de menores e “aquém quanto à reparação” devida às vítimas. “Foi tudo ao contrário” do que deveria ter sido, sendo isso agravado porque “a Igreja é uma instituição fundamental na sociedade” que “faz falta ao país”. “Se falha numa situação tão básica, isso repercute-se em todo o país.” Portanto, apesar de dentro da hierarquia estar “cada um para seu lado”, o que importa agora é, rapidamente, na opinião do chefe de Estado, uma “reflexão complementar para reencontrar caminhos”.
“Hoje estou a pôr a mão muito pouco por baixo”, disse, em relação ao governo, depois de ter entrado a matar na entrevista, considerando a maioria PS como uma “maioria requentada” e “cansada” visto que só foi obtida ao fim de seis anos de governação. “Num contexto de guerra e de gestão de crise estamos a gerir o dia-a-dia e a olhar para o curto prazo e não para o longo prazo”, afirmou – mas não se esquecendo de salientar pelo meio que afinal “os números foram melhor do que se esperava”.
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