As famílias residentes em Portugal foram reduziram de forma significativa (maior corte de que há registo) o volume de alimentos comprados em 2022, mas, no entanto, o valor da fatura dos lares com comida subiu a um ritmo recorde puxado pela inflação galopante e atingiu o maior valor das séries oficiais, indicou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ou seja, há sinais inequívocos de que muitas famílias — sobretudo as mais pobres, com menos rendimento disponível, e as mais vulneráveis à subida das taxas de juro porque têm dívidas bancárias a aumentar com o avanço das taxas de juro — estão mesmo a cortar na alimentação para conseguir poupar mais um pouco.
É isso que indica a quebra no volume. Segundo o novo destaque do INE, que fecha o ano de 2022 em contas nacionais, se não houvesse inflação, a despesa com alimentos teria caído na mesma.
A quebra real (descontando a inflação) foi de 2,3%, a maior das séries oficiais do instituto, que remontam a 1995. É o equivalente a menos 573 milhões de euros em comida face a 2021.
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