Prostitutas na Ucrânia correm riscos de saúde ainda maiores após guerra

por Gonçalo Lopes

Quando as sirenes de alerta de ataque aéreo silenciaram, Olena saiu do abrigo e voltou para a calçada, esperando clientes em busca de sexo. Enquanto as bombas russas caíam, assistentes sociais notaram uma redução nos tratamentos de HIV. As pessoas que precisavam deles desapareceram das ruas.

Quando soldados abordavam Tetiana, normalmente armados, muitas vezes pediam descontos que ela não tinha coragem de negar. “Os soldados falavam ‘Tania, venha por uma hora’”, conta ela, mas depois pediam mais tempo. “Acabo indo e os entretendo a noite toda pelo mesmo dinheiro.”

A invasão russa afetou todas as cidades, as indústrias e os profissionais de todos os setores na Ucrânia, matando milhares de civis e obrigando milhões de outros a abandonar suas casas. As pessoas que vendem sexo, um grupo especialmente vulnerável mesmo em tempos de paz, correm risco ainda maior de pobreza, coerção e problemas de saúde, afirmam prostitutas e assistentes sociais.

E essa situação gera consequências na luta da Ucrânia para barrar a propagação do HIV.

No país, um dos maiores destinos europeus de turismo sexual antes da guerra, a prostituição é ilegal, mas amplamente tolerada. De acordo com o Centro de Saúde Pública da Ucrânia, órgão administrado pelo governo, a indústria do sexo era grande, envolvendo estimados 53 mil profissionais.

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