Governo moçambicano destaca “progressos assinaláveis” desde chegada de forças estrangeiras

por Mei Mei Wong

O ministro da Defesa de Moçambique considerou que as operações com apoio das forças estrangeiras em Cabo Delgado resultaram em “progressos assinaláveis” no combate contra o terrorismo em Moçambique.

“Desde o desdobramento da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM), em 2021, as ações combinadas desta missão, em complemento com as das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, resultaram em progressos assinaláveis, sendo também de reconhecer, para o efeito, o apoio do efetivo militar do Ruanda”, referiu Cristóvão Chume, num discurso enviado hoje à Lusa pelo Ministério da Defesa.

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Cristóvão Chume falava na terça-feira durante uma reunião do Órgão sobre Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) na capital da Namíbia (Windhoek).

Embora assinale progressos no combate a grupos rebeldes no norte de Moçambique, o governante aponta para a necessidade de medidas “apropriadas”, na medida em que a novas estratégias dos insurgentes é dividir-se em pequenos grupos para continuarem a protagonizar ataques armados.

“As ações de vigilância revigorada das Forças Armadas de Defesa de Moçambique não têm permitido que os terroristas se expandam por outras regiões do país, devendo a sua perseguição e combate serem prosseguidas”, declarou Cristóvão Chume.

No comunicado final do encontro de terça-feira, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) apelou  ao reforço da capacidade operacional da força militar regional em Cabo Delgado.

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Os líderes regionais “expressaram condolências” aos Governos do reino do Lesoto, Repúblicas do Botsuana e Zâmbia e República Unida da Tanzânia “e respetivas famílias pela perda dos seus cidadãos”, sem avançarem detalhes sobre o número de vítimas.

Além dos presidentes da Namíbia, Zâmbia, África do Sul e RDCongo, participaram na cimeira extraordinária da Troika do Órgão sobre Política, Defesa e Segurança da SADC, os chefes de Governo do Lesoto e de Essuatíni (antiga Suazilândia).

A província de Cabo Delgado está assolada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo `braço` do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.

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O conflito já provocou mais de 4.000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Projetct) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.

Desde julho de 2022 que uma ofensiva militar de Maputo, com apoio do Ruanda e, posteriormente, da SADC, possibilitou um clima de maior segurança na região que não era sentido há anos, e recuperou localidades que estavam controladas pelos rebeldes, como a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde 2020.

*Com Lusa

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