O coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, em entrevista ao PLATAFORMA, realça o regresso de algumas corridas, mas também o regresso de pilotos estrangeiros. “Reforça a mensagem de que a RAEM é um destino seguro e desejável para os visitantes”, aponta Pun Weng Kun
Veja o Suplemento do PLATAFORMA sobre o Grande Prémio de Macau na íntegra.
-Mais uma vez, o Grande Prémio de Macau resistiu à pandemia e avança para a sua 69ª edição. Havia alguma dúvida de que isso poderia acontecer?
Pun Weng Kun – A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) manteve-se otimista e os preparativos continuaram dentro do previsto para o Grande Prémio deste ano. Naturalmente, continuamos a manter um contacto constante com as autoridades sanitárias para garantir que, não apenas o evento, mas todos os trabalhos de preparação, cumprem os protocolos vigentes.
-O surto pandémico mais recente trouxe contratempos na organização do evento ou outras atividades paralelas?
P.W.K. – Embora tenha criado uma carga de trabalho adicional, graças ao trabalho diligente e profissional das nossas autoridades de saúde, à cooperação da comunidade local e ao grande esforço de todos os nossos colegas do COGPM, que trabalharam tanto para resolver quaisquer problemas e recuperar o tempo perdido, o surto mais recente não causou nenhuma interrupção na preparação para o Grande Prémio. Tudo continua dentro do planeado.
-O orçamento do evento é ligeiramente superior ao do ano passado. Uma das razões para tal foi a de “promover o desenvolvimento de diferentes indústrias para ajudar a acelerar a recuperação económica”. Pode elaborar?
P.W.K. – Estamos muito satisfeitos por este ano regressarmos ao formato tradicional de quatro dias, que inclui um programa de sete corridas. O formato alargado, mais o regresso do Grande Prémio de Motos de Macau, incorreram inevitavelmente nalgumas despesas adicionais. No entanto, acolher um evento de automobilismo tão impressionante, além da inclusão de pilotos estrangeiros, reforça a mensagem de que a RAEM é um destino seguro e desejável para os visitantes. Acreditamos que isso resultará posteriormente no aumento das chegadas de visitantes a curto, médio e longo prazo, o que beneficiará a nossa indústria do turismo e trará patrocínios adicionais às empresas locais.
-O apoio das concessionárias de jogo foi importante para o evento?
P.W.K. – Todos os anos é apreciado o apoio das principais operadoras de entretenimento e hotéis em Macau. Estamos ansiosos para ajudar as concessionárias a expandir ainda mais o seu envolvimento no maior evento desportivo internacional e anual da cidade.
-Entre os grandes eventos que Macau acolheu ao longo dos anos, o Grande Prémio é certamente um dos mais bem sucedidos. No entanto, dado o contexto atual da cidade, a sua capacidade de atingir novos patamares tem sido discutida entre os especialistas. No âmbito do desenvolvimento internacional da prova, há algum projeto que possa partilhar?
P.W.K. – Se olharmos para os 69 anos de história do Grande Prémio de Macau, podemos ver que se desenvolveu continuamente, de modo a permanecer na vanguarda do automobilismo internacional. Sendo a única corrida de circuito de rua que inclui carros e motos, continua a ser imcomparável. Conseguir receber duas Taças do Mundo FIA, como os de Fórmula 3 e GT, bem como uma etapa do FIA WTCR também, é uma conquista única.
No entanto, o COGPM nunca está parado. Estamos em constante comunicação com a FIA e com os organizadores do campeonato mais prestigiado do mundo. No futuro, vamos garantir que o Grande Prémio de Macau continua a incluir corridas de classe mundial em várias modalidades.
-A prova do Grande Prémio de Motos está de volta ao evento. Outros como a Fórmula 3 ainda estão fora. Para o 70o aniversário da competição, têm planos para restabelecer todas as corridas que foram canceladas pela pandemia?
P.W.K. – A FIA deixou claro que assim que os protocolos de viagens internacionais permitam, eles desejam ver as Taças do Mundo FIA em Fórmula 3 e GT reintegradas no Grande Prémio de Macau. Estamos, portanto, confiantes de que permanecerão como duas das nossas principais corridas assim que se tornar logisticamente viável.
–A prova também terá sangue novo com a reintegração de pilotos estrangeiros. No total, quantos participam nesta edição?
P.W.K. – Temos 15 pilotos internacionais para o Grande Prémio de Motos de Macau – 54ª Edição. Além disso, temos o prazer de dar as boas-vindas ao ‘Mr. Macau’, Edoardo Mortara, quatro vezes campeão da Taça GT Macau; o bicampeão, Maro Engel; e o campeão de 2019, Raffaele Marciello.
Além disso, Rob Huff, vencedor da Corrida da Guia de Macau por nove vezes, também vai regressar, desta vez para competir na MGM Macau Touring Car Cup – China Touring Car Championship.
-Qual a importância do corpo de voluntários na preparação da prova?
P.W.K. – A nossa soberba equipa e os oficiais de Macau não são apenas mas também essenciais para uma execução bem sucedida. O tempo, energia e dedicação que põem no cumprimento de uma ampla variedade de papéis-chave, não apenas durante os quatro dias do Grande Prémio, mas durante a preparação ao longo do ano, são vitais para a organização. O sucesso do Grande Prémio de Macau foi e será sempre o resultado do notável apoio e paixão da comunidade local.
– Quantos bilhetes foram vendidos até agora? Espera ter casa-cheia?
P.W.K. – As vendas de bilhetes correm bem e estão, até agora, em níveis semelhantes aos do ano passado. Embora o distanciamento social nas bancadas ainda deva ser observado, estamos confiantes de que teremos uma multidão entusiasmada de visitantes e residentes.
– Qual é a mensagem que quer deixar aos fãs?
P.W.K. – O COGPM trabalhou arduamente para apresentar o que esperamos serem quatro dias emocionantes de desporto motorizado variado e emocionante, com o regresso do muito popular Grande Prémio de Motos de Macau. Esperamos sinceramente que todos em Macau aproveitem ao máximo o evento e a atmosfera positiva e festiva que cria.
