O presidente quer aproveitar um segundo mandato para fazer reformas que lhe deem poder absoluto. Faz parte do plano mudar a composição do Supremo, mas também criminalizar as pesquisas eleitorais e atacar as urnas eletrônicas. Ele segue o mesmo script de ditadores como Hugo Chávez e Viktor Orbán, que usaram o triunfo em votações para acabar com a independência do Judiciário, controlar a imprensa e calar os adversários
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Durou pouco a moderação de Jair Bolsonaro após o primeiro turno das eleições. O plano de sua campanha era renovar a imagem do presidente como um político fiel à democracia e até humilde, para que ele ampliasse seu eleitorado no dia 30. A bonança econômica obtida com medidas artificiais, que levaram a um terceiro mês de deflação, anunciada na última terça-feira, fariam o resto. Uma semana depois, seu verdadeiro projeto de reeleição já tinha sido escancarado.
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Seus aliados tentaram votar uma lei criminalizando os institutos de pesquisa, ele anunciou que mudaria a composição do Supremo Tribunal Federal para controlar a Corte e convocou os apoiadores para cercarem as seções eleitorais no dia da votação “até o final da apuração”, numa tentativa de intimidar a Justiça Eleitoral.