Início » Maioria dos funcionários públicos portugueses perde poder de compra com aumentos abaixo da inflação

Maioria dos funcionários públicos portugueses perde poder de compra com aumentos abaixo da inflação

Salomé Pinto

Em 2023, mais de três quintos dos trabalhadores do Estado terão atualizações salariais entre 6,4% e 2%. Só um terço dos funcionários, com vencimentos mais baixos, vão ter subidas entre 10,7% e 7,4%.

Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, volta a reunir-se com sindicatos na sexta-feira.
Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, volta a reunir-se com sindicatos na sexta-feira. 

Mais de três quintos (66,5%) dos 741 698 trabalhadores do Estado vão ter aumentos salariais inferiores à inflação média anual estimada para este ano, de 7,7%, segundo o Conselho Finanças Públicas, ou de 7,4%, nas previsões do governo. Isto significa que 493.698 funcionários públicos irão sofrer perda de poder de compra no próximo ano, ao receberem apenas um aumento entre 6,4% e 2%, de acordo com as contas do DN/ Dinheiro Vivo com base na proposta de atualização salarial que a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que tutela esta área, entregou esta segunda-feira aos sindicatos da função pública.

Leia também: Taxa de inflação sobe para 9,3% em Portugal. É o valor mais alto dos últimos 30 anos

Apenas um em cada três (33,43%), ou seja, cerca de 248 mil trabalhadores das posições salariais mais baixas, incluindo aqui os 84 mil assistentes técnicos que saltam um nível na tabela remuneratória, terão direito a aumentos superiores à inflação, entre cerca de 10,7% e 7,4%.

Confrontada com a perda do poder de compra da maioria dos trabalhadores do Estado que, em 2023, terão atualizações abaixo da inflação anual deste ano, Mariana Vieira da Silva explicou que ” esta proposta é justa e equilibrada e pretende sobretudo dar resposta aos trabalhadores com salários mais baixos, porque a inflação afeta sobretudo quem recebe menos”. Por outro lado, “as disponibilidades orçamentais” não permitem voos mais altos:

Leia também: Falta de casas afasta alunos do Ensino Superior em Portugal

“Aumentos de 7,4% para todos os trabalhadores seriam incomportáveis no espaço orçamental de que o governo dispõe, porque também é preciso comportar a revisão das carreiras e a manutenção das progressões e promoções que garantem o desenvolvimento das carreiras que se encontram descongeladas desde 2018”.

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!