Hong Kong vai decidir relaxamento das restrições à Covid em breve

por Filipa Rodrigues
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O Chefe do Executivo de Hong Kong disse, esta terça-feira, que tomará uma decisão em breve sobre o relaxamento das restrições de entrada no território, no exato momento que residentes e empresas reclamam das regras de quarentena, que têm mantido o centro financeiro fechado nos últimos dois anos

“Tomaremos uma decisão e anunciaremos ao público em breve”, avançou o Chefe do Executivo John Lee aos jornalistas. “Queremos voltar a estar ligados a diferentes lugares do mundo”. E gostaríamos fazer esta abertura de forma ordeira”, acrescentou ainda, não se comprometendo no entanto com uma linha temporal concreta.

As afirmações de John Lee surgiram na sequência de declarações feitas por um alto funcionário do governo chinês aos jornalistas, em Pequim, de apoio a uma possível flexibilização das medidas anti-pandémicas por parte de Hong Kong. “É normal que o governo de Hong Kong ajuste e melhore as medidas anti-covid “, disse Huang Liuquan, Vice-Director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado.

Este sinal de Pequim, de aprovação na flexibilização das regras anti-pandémicas, dá margem de manobra a Hong Kong para traçar o seu próprio rumo no combate às infeções e no controlo da pandemia. Mas é também sinal que a China aceita uma possível reabertura de fronteiras, entre esta e a região vizinha, juntamente com o restabelecimento de ligações com o resto do mundo.

Hong Kong aderiu à Política chinesa de “Zero-Casos” ao longo de todo o período da pandemia, atingindo negativamente e profundamente a economia, e agravando o processo (já anteriormente em curso) de deslocalização de negócios da cidade para outros centros financeiros regionais, à medida que estes últimos reabrem.

John Lee tomou posse como Chefe do Executivo em julho e prometeu reabrir a cidade, mantendo o número de casos de Covid-19 baixos. No entanto, Hong Kong ainda exige quarentena obrigatória de três dias em hotéis designados para todos os passageiros provenientes de voos internacionais, impõe limites às operações dos negócios, e proíbe a reunião em público de grupos com mais de quatro pessoas.

O Chefe do Executivo tem enfrentado crescentes críticas por parte de residentes, organizações empresariais e especialistas em saúde, que defendem que se deveria ir mais longe na flexibilização das regras anti-covid. Assim, os recentes comentários de Lee dão a indicação que Hong Kong planeia juntar-se a grande parte do resto do mundo na aceitação da endemicidade da doença. Isso deixaria apenas o Interior da China, Macau e Taiwan com quarentena obrigatória à chegada dos respetivos territórios.

Ao contrário do que acontece no Interior da China e em Macau, a maioria dos residentes de Hong Kong já teve Covid-19 devido ao surto que surgiu no início de 2022, tornando-se numa das cidades com mais alta taxa de mortalidade per capita do mundo.

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