Num artigo intitulado “Não me desvirtuei”, publicado no jornal brasileiro UOL Esporte, Raphinha, extremo do Barcelona, conta as dificuldades que passou na infância até se tornar num futebolista profissional e ter alcançado os maiores palcos. O ex-V. Guimarães e Sporting lembra que chegou a pedir dinheiro na rua e conta que perdeu muitos amigos para o mundo do crime.
“Preciso de te contar uma verdade: é muito complicado. Para quem nasce dentro de uma comunidade como eu, é difícil manter o foco. Sou da Restinga (bairro na Zona Sul de Porto Alegre). É difícil seguir um caminho e não nos desviarmos dele. Algumas oportunidades aparecem. Prometem uma maneira mais fácil de ganhar dinheiro. E é aí que as pessoas se perdem. Perdi muitos amigos para o mundo do crime, para o tráfico. Amigos que jogavam até dez vezes mais que eu, que poderiam estar num grande clube. Ter esses exemplos tão próximos foi um fator importante para que eu mantivesse o foco. Eu sabia o que queria desde muito pequeno: ser jogador de futebol. Conseguir esse objetivo saindo de uma comunidade como a minha é um sacrifício muito grande. Mas a minha ambição era ainda maior. A minha família foi muito importante. Eles nunca me proibiram de fazer as coisas, mas sempre me mostraram qual era o caminho certo e o caminho errado. Foi por eles que nunca larguei a escola. Foi pelas conversas com eles que ignorei as oportunidades que tive de seguir pelo caminho errado. Por causa deles, estou aqui. O miúdo da comunidade conseguiu passar por tudo isso rumo a grandes palcos. Se hoje falam da minha “magia” em campo, eu digo: essa é a verdadeira magia”, começa por dizer, na rubrica “A Minha História – Copa”, em que jogadores da seleção brasileira falam sobre o cainho que percorreram até atingir o patamar do futebol profissional.
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